terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Belo Horizonte-MG: Por um Fio


Carol Cavalcanti
escreveu




SERVIÇO
37ª Campanha de Popularização Teatro e Dança
Categoria: Dança 
Gênero: Dança de Salão Contemporânea 
Classificação: 10 anos 
Duração: 63 min 
Valor: R$ 12,00 
Estreante na Campanha
Local: Grande Teatro (Palácio das Artes)
Dias: 25 fev e 26 fev - Sex e Sáb 
Horário: 21h


Release, Ficha técnica e Histórico 

Mimulus Cia de Dança
Realização:
Associação Cultural Mimulus

A companhia transpõe o fascínio pelos bordados, escritos, amontoados de Arthur Bispo do Rosário, para o emaranhado de braços e corpos que bordam coreografias. Emaranhado de fios elétricos, filamentos das lâmpadas incandescentes que se confundem com os fios condutores das coreografias e com a sucata do trabalho dos bailarinos, que lhes servem de matéria prima para a composição da obra.

Concepção de cenário e luz:

“Cenário e luz partem do emaranhado que tece a memória das coisas, dos inventários do mundo e de suas coleções, das repetições que reverberam o anonimato. Nele se fazem presentes a luz e a sombra, a loucura, a memória, o outro lado da vida intrincada no seu fazer."
Ed Andrade

Concepção do figurino:

Inspira-se na forma como os internos vestiam-se para os bailes da Colônia Juliano Moreira, é confeccionado em sua maior parte com o aproveitamento de retalhos e tecidos descartados.
A exemplo das obras do Bispo, as peças são bordadas com textos, palavras e inventários. Trabalho realizado pelas “Meninas do Cafezal”.





Ficha Técnica

Trilha Sonora: 

Quand Je Marche - Camille Dalmais
Senza - Camille Dalmais
Juízo Final - Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito
Tanga... - Orquestra Dos Músicos Das Ruas de São Paulo
Rumbling in the Sun - Freeworm
Psycho Maloca - Carlos Careqa
Saudosa Maloca - Adoniran Barbosa
Tributo a Valtinho das Baianas - Tabajara Rosa
Samba de Morro - Maestro João Batista Martins
You Don't Know Me - Caetano Veloso
Vegetation=Fuel - Freeworm
Bienal - Zeca Baleiro
Cachaça - Calexico
Intro V - O Rappa
Ballade #1 In G Minor, Op. 23, CT 2 - Frédéric Chopin
Minha tribo sou eu - Zeca Baleiro
Trechos do filme “O Prisioneiro da Passagem”- Direção Hugo Denizart.

Duração do espetáculo: 63 minutos

Direção Artística e Coreográfica:
Jomar Mesquita

Diretor do Grupo Experimental Mimulus: Bruno Fereira

Coreografia:
Integrantes da Mimulus Cia de Dança

Bailarinos da Mimulus Cia de Dança:
Andréa Pinheiro
Bruno Ferreira
Fabiana Dias
Jomar Mesquita
Juliana Macedo
Rodrigo de Castro
Murilo Borges
Nayane Diniz

Assessoria de Direção Artística:
Mário Nascimento
Tíndaro Silvano

Assessoria Cênica:
Ana Domitila 

Figurino:
Baby Mesquita e Juliana Macedo

Alfaiate:
Sr. Floriano

Costureiras:
Helena Martins e Maria Inês

Bordadeiras - Meninas do Cafezal:
Vera Lucia, Isabela Cristina, Cristiane dos Santos, Maria José, Rosimeire da Silva, Maria Aparecida e Eliane Pereira

Cenografia:
Ed Andrade - Osla Arquitetura

Estagiários de Cenografia:
Alunos do Curso de graduação em Teatro da UFMG
Adriana Januário, Carloman Bonfim, Clarice Rena, Kely Oliveira, Marcos Moura

Iluminação:
Rodrigo Marçal

Seleção Musical e Mixagem:
Jomar Mesquita

Fotografia:
Guto Muniz

Identidade Visual:
Cognitiva Publicidade

Produção: 
Baby Mesquita
Carol Cavalcanti
Fábio Ramos

Histórico 

2009
Estréia: 27, 28 e 29 de Novembro
04, 05 e 06 de Dezembro
Projeto Siga-Me – Galpão da Mimulus Cia de Dança

2010
Março
Dia 20 e 21: estréia no Palácio das Artes
Dia 27: Apresentação no Centro Cultural Usiminas em Ipatinga/MG 


Abril
Apresentação no Teatro Paulo Autran SESC Pinheiros (SP)

Julho
Dia 23: Ensaio aberto aos alunos da rede municipal
Dia 25: Abertura da 10ª Semana da Dança Mimulus

Agosto
Dia 01: Festival de Inverno de Ouro Branco
Dia 31: temporada especial no Teatro Isabela Hendrix

2011

O espetáculo compõe a programação da 37ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança em fevereiro, com duas apresentações no Grande Teatro do Palácio das Artes em Belo Horizonte


Premiações

Prêmios SESC/SATED 2010:

Melhor Espetáculo de Dança
Melhor Coreógrafo
Melhor Bailarino (Bruno Ferreira)

Prêmios USIMINAS/SINPARC:

Melhor Bailarino (Rodrigo de Castro)
Melhor Iluminação (Rodrigo Marçal)
Melhor Cenário (Ed Andrade)
Melhor Diretor (Jomar Mesquita)
Melhor Espetáculo de Dança


Associação Cultural Mimulus – Rua Ituiutaba, 325 – Prado – Cep: 30411-023   Belo Horizonte – MG – Telefax: 31-3295-5213 – Tel.: 31-3295-4367 – e-mail: mimulus@uol.com.br





SERVIÇO
37ª Campanha de Popularização Teatro e Dança
Categoria: Dança 
Gênero: Dança de Salão Contemporânea 
Classificação: 10 anos 
Duração: 63 min 
Valor: R$ 12,00 
Estreante na Campanha
Local: Grande Teatro (Palácio das Artes)
Dias: 25 fev e 26 fev - Sex e Sáb 
Horário: 21h


Carol Cavalcanti

Núcleo de Produção | Projetos
55 31 3295-5213 | 3295-4367



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

São Paulo: DOAÇÃO DE LINOLEO

FF Producoes
escreveu




DOAÇÃO DE LINÓLEO
  
A Cultura é um dos meios mais importantes na ' INCLUSÃO SOCIAL " de nosso Pais e assim sendo, por prestarmos serviços para esse setor, estamos DISPONIBILIZANDO tapetes de linóleo " BRANCO " usados para atender entidades filantrópicas que necessitam desse produto.
Os interessados deverão entrar em contato conosco somente atraves do email abaixo, enviando-nos os dados de constituição da entidade e um breve relato de suas atividades, bem como as reais necessidades ( comprimento e largura do espaço a ser colocado o linoleo)
A seleção dos contemplados será feita por nossa equipe e comunicada posteriormente aos contemplados.
Com essa pequena atitude, esperamos estar contribuindo para tornar esse Pais cada vez melhor
 Nossos Produtos e serviços :

Linóleo = venda e locação
Fitas vinilicas de fixação = despachamos para todo o Brasil
Cortinas, rotundas, coxias = venda  sob medida e locação.
Piso Flutuante = preços e prazos imbatíveis
Atendemos todo o Brasil
FF PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
São Paulo – SP.
Contato: João Nemeth
Tel. (11) 2950-9110 – cel. (11) 9298-2208
aguardem em breve novo site




São Paulo: studiodanca : Nova turma : Zambra (Flamenco Árabe) Iniciante


Studio de Dança Shaide Halim
studiodanca@grupos.com.br
escreveu

clique para ampliar


sábado, 19 de fevereiro de 2011

São Paulo: Beije minha Alma


Canal Aberto - Márcia Marques
marcia@canalaberto.com.br
escreveu

Beije minha Alma”, da Cia Fragmento, revela o universo  da artista plástica inglesa Tracey Emin no SESC Pompeia


fracasso, humilhação, frustração, desamparo e culpa: temas recorrentes na obra de Tracey Emin 



Diretora e coreógrafa com grande interesse em obras confessionais, Vanessa Macedo (foto) explora o universo intimista de Tracy Emin


Dia 22 de fevereiro de 2011, no Sesc Pompeia – Espaço Cênico, a CIA. FRAGMENTO reestreia “Beije Minha Alma”, com coreografia e direção assinadas por Vanessa Macedo. O espetáculo foi premiado no 12º Cultura Inglesa Festival, em 2008. A Cia. Fragmento foi convidada pelo Sesc Pompeia para compor a programação do Espaço Cênico, um teatro de arena recém inaugurado com o objetivo de apresentar experimentações cênicas que aproximem o espectador do artista, criando uma relação mais íntima entre palco e plateia. Um dos objetivos do Espaço é fazer temporadas mensais, em horários alternativos, de dança e teatro.

Beije Minha Alma” foi inspirada na obra da artista plástica britânica Tracey Emin, conhecida por criar uma obra que - além de exalar ousadia – tinha como fonte suas experiências pessoais de fracasso, humilhação, frustração, desamparo e culpa. Visceral, Emin usava o espelho de sua própria alma para elucidar profundas características do ser humano, mas que nós nos recusamos a ver.

Envolvida em uma teia que une reflexões sobre as relações humanas, preconceitos e moralismos da sociedade, a obra de Tracey Emin dialoga com outra grande artista também fonte inspiradora de Vanessa Macedo em Beije Minha Alma, Frida Khalo: “O que me atraiu em Tracey Emin foi o mesmo que me seduziu em Frida Khalo: a obra confessional. Como um artista, ao retratar sua intimidade, aborda uma temática universal e faz de sua vida uma verdadeira expressão da condição humana?”, questiona Vanessa. A conexão entre elas foi percebida pela própria Tracey Emin, quando criou em 2005 a obra “Tracey X Tracey”, na qual sobrepôs a imagem de seu rosto no auto-retrato de Frida Khalo com o macaco, pintado em 1940.

Linguagem corporal teatralizada
A criação coreográfica de Vanessa Macedo alimenta-se da vida e obra da artista inglesa buscando construir uma linguagem corporal teatralizada. O espectador é, ao mesmo tempo, observador e invasor da cena que sugere ousadia, medo, cansaço e solidão – uma perfuração da superfície, da couraça que nos envolve para atingir o que Tracey nos propõe: intimidade, sensibilização das emoções, contato com o interior do outro.

Sobre Vanessa Macedo
Sob direção de Vanessa Macedo, a Companhia paulista Cia Fragmento de Dança desenvolve pesquisa e criação em dança contemporânea, desde 2002. Na busca de uma dança teatralizada preocupa-se com a construção de uma dramaturgia do corpo e da cena coerente com os temas pesquisados. O estudo da arte confessional, relacionando obra e vida, dor e criação, investigando especialmente o universo feminino, tem sido uma proposta recorrente nas criações. Além de Tracey Emin, já foram inspirações: Cecília Meireles, Frida Kahlo, Virginia Woolf, entre outras que se destacaram na história por meio da expressividade de suas vidas e obras.
O foco é discutir emoções, conflitos e sensações universais do ser humano a partir de referências mais íntimas, tanto vindas dos personagens pesquisados como também dos intérpretes, durante o processo criativo. Entres seus trabalhos mais expressivos estão “Versos da Última Estação” (2007), “Sob a Nudez dos Olhos” (2008) e “Beije Minha Alma” (2008), “Corpos Frágeis” (2010) e “Anjos Negros (2010).

Sobre Tracey Emin
Representante da arte britânica na 52ª Bienal de Artes de Veneza, Tracey Emin. Em 1994, ela despontou como artista de vanguarda ao apresentar “My Major Retrospective”, exposição de itens pessoais e de fotos das pinturas que destruíra durante uma crise de depressão, causada pela interrupção de uma gravidez. Indicada para o prestigiado prêmio Turner Prize, a instalação “My Bed” (1999) causou furor entre os britânicos quando foi montada na Tate Gallery. A obra  apresentava a cama da artista, desarrumada e cercada de garrafas vazias, pontas de cigarro, lençóis cheios de nódoas e peças íntimas, numa reconstrução fiel do quarto onde ela passou quatro dias tentando o suicídio.

Cia. Fragmento de Dança

Ficha Técnica
Coreografia e Direção: Vanessa Macedo Intérpretes: Carolina Mizzoni, Danilo Firmo, Jéssica Moretto, Priscila Lima, Rafael Barzagli e Vanessa Macedo Estagiária: Ana Maria Krein Trilha sonora: Allen Ferraudo Desenho de luz: André PradoFigurino e cenografia: Nani Brisque Direção de Produção: Vanessa Macedo Apoio: Kasulo Espaço de Cultura e Arte

Serviço

De 22 de fevereiro a 24 de março de 2011
Temporada: terças, quartas e quintas, às 21h.
Duração: 55 minutos
Recomendação: 16 anos
Ingressos: R$ 12,00 (inteira); R$ 6,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, pessoas com mais de 60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino).
Local: SESC Pompeia – Espaço Cênico
Rua Clélia, 93 - Água Branca - São Paulo, 05042-000 – 60 lugares, ar condicionado e acesso para deficientes físicos. Não tem estacionamento. Bilheteria do SESC Pompeia – de segunda a sábado, das 9h às 21h e aos domingos, das 9h às 19h.
Fone: (0xx)11 3871-7700

Canal Aberto Assessoria de Imprensa
Márcia Marques
Fones: 011 2914 0770/ 3798 9510
Celular: 011 9126 0425
MSN: claramm@hotmail.com/ Site: www.canalaberto.com.br / Twitter: canalaberto / Skype: canal.aberto





quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Documentário de Wim Wenders celebra a arte de Pina Bausch


publicado na
em 14.02.2011


"PINA", homenagem em 3D do cineasta à coreógrafa, estreia com sucesso no Festival de Berlim. Morte de Pina Bausch, em 2009, quase fez Wenders desistir de projeto de longa data.


Filme celebra dança em vários palcos, incluindo as ruas


"Pina, eu não vejo você nos meus sonhos. Quando você vai vir me visitar?", diz a voz de uma das dançarinas da companhia Tanztheater Wuppertal no filme PINA, enquanto a câmera enfoca seu rosto e sua reação às próprias palavras.

O comentário dos próprios integrantes sobre seu trabalho, o relacionamento pessoal, o legado e as saudades da coreógrafa Pina Bausch (1940-2009) são alguns elementos recorrentes no documentário dirigido por Wim Wenders, estreado mundialmente neste domingo (13/02), no Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Durante um bom tempo, os dois amigos vinham trabalhando num grande projeto: Wenders registraria em 3D os ensaios do Tanztheater Wuppertal, num road movie transcontinental. Até que, em 30 de junho de 2009, "aconteceu o inimaginável" – nas palavras do cineasta: Pina Bausch faleceu inesperadamente.

Toda a estrutura montada para a produção perdeu a validade e a razão de ser, a primeira reação foi o cancelamento sumário do projeto. Porém, passado um tempo de luto e reflexão, Wenders decidiu que era possível transfigurar a ideia original numa homenagem: não mais um filme com e sobre, mas sim para a artista.


Dançarinos da Tanztheater Wuppertal em imagem do documentário sobre Pina Bausch



Desejo de eternidade

É possível transportar para a tela – que seja em 3D – a magia do palco de dança, sobretudo a de um teatro-dança tão singular quanto o de Pina Bausch? Que a questão fique em aberto. Certo é que, pelo menos em um sentido, Wenders consegue ressuscitar o poder da coreógrafa.

Poucos minutos filme adentro, depois que se apresentaram os elementos de que ele será tecido – cenas filmadas no teatro e em locação, os pungentes depoimentos dos participantes, material de arquivo, Pina viva, no palco e nos ensaios, suas parcas, porém intensas palavras – tão logo essa trama se revela, um pensamento passa pela cabeça do espectador sensibilizado: "Sei que não é possível, mas quem dera que o filme nunca acabasse..."

E nisso PINA reproduz o sentimento que provocavam as tortuosas e avassaladoras Tanzabende da homenageada: o desejo de que o espetáculo nunca tivesse fim, que conseguisse vencer as fronteiras do tempo, assim como explodia o espaço do palco, as possibilidades dos corpos humanos. O anseio de que esse prazer artístico doloroso e desmedido fosse eterno.

Ou talvez quem esteja falando seja a infantil vontade de que Pina não tivesse morrido – de que gente como ela nunca morresse! Ou, quem sabe, se trate uma questão de sobrevivência: "Dance, dance senão estamos perdidos", ouvimos sua voz dizer, a certa altura do filme.



Cena das filmagens de "PINA"

Sonhos de dança

Se as aparições de Pina Bausch em pessoa são o elemento mais dilacerante do documentário, nas obras filmadas em técnica tridimensional a artista está tão viva como ao criá-las, quase 40 anos atrás. De sua enorme produção foram selecionados trechos de A sagração da primavera (1975), Café Müller (1978), Vollmond (Lua cheia – 2006) e Kontakthof (Pátio de contatos).

Este último oferece a Wim Wenders a oportunidade de explorar a absoluta mobilidade temporal e espacial própria à sétima arte. Pois Kontakthof existiu em três versões: a original, de 1978, dançada pela trupe do Tanztheater, inclusive a própria criadora; a de 2000, com leigos de terceira idade; e a de 2008, com estudantes entre 14 e 18 anos. (Os trabalhos de ensaio dessa última versão foram, aliás, registrados por Anne Linsel no documentário Tanzträume [Sonhos de dança], lançado na Berlinale 2010.)

A montagem enfatiza o específico e o imutável em cada uma dessas encenações: é um senhor que em meio a uma volta se torna adolescente; é a menina que, ao levantar a cabeleira loura, tem 40 e tantos anos. São raros e preciosos momentos em que o cineasta se faz notar como tal, embora sempre reverencioso para com o objeto e sujeito do filme: a obra bauschiana.



Wim Wenders e Pina Bausch juntos em 2008

3D or not 3D?

Neste terceiro round histórico da luta da cinematografia estereoscópica por um nicho permanente no mercado (os outros dois rounds foram na década de 50 e no final da de 70), PINA constitui um marco, segundo seus realizadores: trata-se tanto do primeiro filme de autor quanto do primeiro de dança a utilizar a técnica.

3D or not 3D, that is the question... mas uma questão que também não precisa ser respondida já. A justaposição com a metragem de arquivo de Café Müller, por exemplo, deixa óbvio onde o espectador de 2011 sai ganhando: a sensação de profundidade e a definição são infinitamente superiores, captam-se detalhes de textura da pele, cabelos, o suor dos corpos; por vezes tem-se a sensação de estar em meio aos dançarinos, dá quase para sentir o cheiro deles.

Entretanto, nos deslocamentos rápidos diante de fundo escuro, a cinematografia 3D também mostra suas (atuais) limitações, pois esses movimentos parecem pouco naturais, entrecortados. A impressão de perspectiva nem sempre é verossímil, por momentos as pessoas parecem figuras de papelão recortadas diante de um fundo. Talvez a técnica ainda precise amadurecer.



Cartaz do filme

A quarta dimensão

Seja como for, a sensibilidade e empatia do documentarista com seu tema fica provada em minúcias com o registro sonoro de A sagração da primavera. Wenders faz ouvir, quase em pé de igualdade com a poderosa partitura de Igor Stravinsky, os ruídos no palco, os passos, o roçar de peles e tecidos, e, acima de tudo, as respirações.

Assim, após um clímax orquestral extenuante, o que se ouve, no lugar da pausa musical, é o resfolegar estertorado dos dançarinos. Um "detalhe" que aproxima, sim, o cine-espectador da experiência teatral. Mas que principalmente o lembra de que não se trata "só de dança", membros se movendo ao som da música, atléticos supermarionetes. Trata-se de uma arte que amorosamente expõe e examina seres humanos em estados extremos, suas fragilidades e paixões.

"Amor" era uma palavra frequente no vocabulário da coreógrafa, ao lidar com seus intérpretes, como eles próprios contam. Palavra tornada perigosa, de tão desgastada, mas que nesse caso ganha sentido novo e palpável. Amor é a quarta dimensão, que torna tão grandiosa essa homenagem cine-coreográfica dos amigos e colaboradores de Pina Bausch. A qual, asseguram, esteve presente com eles durante toda a filmagem.

Autoria: Augusto Valente
Revisão: Alexandre Schossler




fonte :