quinta-feira, 9 de julho de 2009
Buenos Aires-AR: Spontaneous composition
São Paulo: Por que tenho essa forma?
Estréia no dia 15 de julho de 2009, no Sesc Consolação, o espetáculo Por que tenho essa forma?, concebido e dirigido pela Zélia Monteiro. Em seguida, apresenta-se na Galeria Olido e no CCSP – Centro Cultural São Paulo (datas no final do release), com sessões programadas até 30 de agosto de 2009.
Inspirado no corpo como espaço e tempo, o espetáculo é pautado pela improvisação, uma estratégia de criação e de composição cênica, que investiga modos de criar e de compor textos coreográficos a partir das relações entre corpo dançante, música e elementos plásticos. Este trabalho dá continuidade à pesquisa de linguagem que Zélia Monteiro desenvolve há mais de vinte anos.
O espetáculo se inspira em questões sobre o instante e a duração. O instante se insere entre o passado e o futuro e inaugura as ocorrências que dão forma a nossa existência. A duração, que sob uma perspectiva espacial chega a nós pela frente, passa por nós e se distancia no passado, às nossas costas, e constrói assim nosso percurso. A necessidade vital do corpo é, sobretudo, aquilo que "dura", pois materializa o que vem depois do início e antes do fim: formas de tempo (presente, passado e futuro) e formas de espaço (início, percurso e chegada).
Por que tenho essa forma? obra aberta e mutante, constrói-se na articulação entre as linguagens da dança, da música e da luz. Compõe-se no trânsito, proposto pelos artistas de diferentes áreas, que criam a poética do espetáculo ao favorecer, com seu ser/fazer artístico, possíveis relações entre corpo, espaço e tempo.
Espaço, enquanto meio pelo qual as sensações e percepções acontecem. Tempo, enquanto instantes que inauguram e durações, que materializam nossa memória sensitiva e perceptiva.
É nessa construção processual que as relações cinéticas entre corpos/luz/música vão adquirir significações e sentidos compositivos. Estratégia que contribui para a dramaturgia fazer-se a cada encenação.
Síntese de matérias somática e semântica, o corpo como texto, ativa e retoma significações do espaço e do tempo em suas naturezas reais e simbólicas, aqui e agora.
Quem é Zélia Monteiro
Bailarina e professora desde 1977, Zélia Monteiro estudou dança clássica com Maria Melô (do la Scalla de Milão) e tornou-se sua assistente em 1985. Trabalhou por oito anos com Klauss Vianna, de quem também foi assistente. Participou de seu grupo de pesquisa e criação e a partir dessa experiência intensificou seu trabalho no sistema didático criado por ele, realizando trabalhos pelos quais foi premiada em 1987 (APCA), 1988 (Lei Sarney) e 1992 (APCA). Em 1993 recebeu a Bolsa Vitae de Artes para pesquisa coreográfica realizada em Paris. Deu aulas regulares de consciência corporal no studio La Fonderie, de dança clássica para crianças e adolescentes na Mairie du 20ème. Em abril de 2006 recebeu o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna da Funarte, para realização de pesquisa. Em dezembro de 2006 recebeu o Prêmio PAC Circulação, da Secretaria de Estado da Cultura (SP), para tournée de espetáculo. Em 2007 recebeu o Prêmio Fomento à Dança, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Serviço
Por que tenho essa forma?
Duração: 50 minutos Classificação: Livre
Teatro Anchieta / SESC Consolação - Dias 15, 16, 22 e 23 de julho de 2009, às 21h
Rua Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque – São Paulo/SP - Tel.: 011. 3234 3000
Lotação: 320 lugares
Ingressos: R$ 12,00 (inteira)
R$ 6,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante)
R$ 3,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)
Galeria Olido / Sala Paissandu - Dias 30 de julho a 02 de agosto de 2009
Av. São João, 473 – Centro – São Paulo/SP - Tel.: 3397 0170
Horários da temporada: Quinta a sábado às 20h, e domingo às 19h
Lotação: 136
Entrada franca - Retirar ingresso com uma hora de antecedência
Centro Cultural São Paulo / Sala Jardel Filho - De 26 a 30 de agosto de 2009
Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade – São Paulo /SP
Tel.: 3397 4002
Quarta a sábado às 21h, e domingo às 20h
Lotação: 324 lugares
Entrada Franca - Retirar ingresso com uma hora de antecedência
Informações para imprensa:
Canal Aberto Assessoria de Imprensa
Márcia Marques - (11) 3798 9510 / 2914 0770/ 9126 0425
São Paulo: Mundo do Tango :: Programação :: quinta-feira 09.07
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Deutsche Welle: Pina Bausch redefiniu rumos da dança com sua companhia
CULTURA | 01.07.2009
Pina Bausch redefiniu rumos da dança com sua companhia
Homenagens póstumas à coreógrafa alemã. Seguidores, discípulos e imitadores possivelmente tentarão dar continuidade à estética bauschiana. Porém extinguiu-se a fonte das imagens que mudaram a arte contemporânea.
Homens e mulheres perambulando por entre os móveis dispersos de um café. A jovem seminua que baila até o esgotamento físico e emocional em A sagração da primavera. Um palco transformado em campo de cravos. O dançarino de terno que traduz para a linguagem de gestos a canção The man I love. A outra se maquiando, como se nada houvesse acontecido, depois de um homem lhe derramar um jarro d'água sobre a cabeça.
Quem viu, jamais esquecerá. Foram imagens como que recortadas diretamente do inconsciente: inexplicáveis, mas que permitiam, num átimo, entender melhor o mundo, as relações entre os seres humanos. Imagens de uma lógica desconcertante como um quadro de Magritte, implacavelmente ternas como uma frase de Beckett, pungentes como uma ária de Bach. Quem sabe, sonhos dançados.
Instada certa vez a analisar seu imaginário, Pina Bausch declarou-se incapaz de fazê-lo: não saberia explicar sua visão melhor com palavras do que com aquilo que mostrava no palco. Sabedoria e modéstia raras no contexto da arte contemporânea, em que o programa pode resultar bem mais interessante do que a obra em si, em que a leitura da bula substitui o remédio.
Viva o Tanztheater
Pina Bausch faleceu neste 30 de junho de 2009. Fazia apenas cinco dias que recebera o diagnóstico de câncer, duas semanas e meia antes estreara mais uma Neues Stück, o nome genérico que dava a suas novas criações. No próximo 27 de julho completaria 69 anos de idade.
A julgar pelas declarações das administrações de Wuppertal e do estado da Renânia do Norte-Vestfália, o Tanztheater Wuppertal deverá ser mantido. Há quem se referisse à casa de espetáculos – que ela dirigiu e alimentou com imagens e trabalho ininterrupto desde 1973 – como "Colina Verde do Teatro-Dança", numa alusão a Bayreuth, meca do culto a Richard Wagner.
Inimitável, ainda que copiada
Nesses 36 anos, não só realizou, ao lado de sua companhia internacional, numerosos projetos de teatro-dança e ópera por todo o mundo, como inspirou outros criadores em diversos campos artísticos. Basta pensar na enigmática aristocrata cega que interpretava no filme E la nave va (1983), de Federico Fellini. Em 2002, o cineasta espanhol Pedro Almodóvar também incluiu uma coreografia de Bausch em Fale com ela.
Rainer Behr ensaia em
Nova York, 2006
O Deutscher Bühnenverein, associação dos palcos alemães, lhe concederá postumamente o prêmio Faust, "uma homenagem a seu maravilhoso trabalho artístico". A cidade de Wuppertal colocou online um livro de condolências para sua representante artística máxima.
Outras homenagens à coreógrafa e dançarina alemã, tão premiada em vida, certamente se seguirão. Inclusive as tentativas de seguidores, discípulos, epígonos e imitadores de dar continuidade à estética bauschiana. Magro consolo para a extinção, tão súbita e definitiva, da fonte de onde jorravam todas aquelas imagens mágicas.
IlhaBela-SP: Intensivo de Contato Improvisação
Atibaia-SP: OCO
A cidade de Atibaia realiza em julho mais uma edição do Festival de Inverno. Entre músicos e peças de teatro, o Grupo Minik Momdó participa do evento com “ OCO”.
“Oco”, o novo espetáculo-instalação do grupo Minik Momdó, trata do vazio, das lacunas por onde fluem sons, luzes e corpos às vezes solidamente presentes, às vezes, perceptíveis apenas como reflexos, lembranças. A sensação é a de ser atravessado por fluxos que ligam o dentro e o fora, criando sombras, sobreposições e sensações que geram um campo poético
O grupo é coordenado por Maria Mommeensohn, é composto por artistas com diferentes linguagens. Possui uma longa trajetória de ocupação poética de espaços não convencionais por meio de instalações performáticas que tem como foco principal a dança.
A pesquisa deste espetáculo foi contemplado com 4º Edital do fomento a dança da cidade de São Paulo e é apoiado pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo pelo Proac.
SERVIÇO
Espetáculo: dia 10/07 ás 20:00
Local: Centro de Convenções e Eventos Victor Brecheret
Al. Lucas Nogueira Garcez, 511 , centro
Entrada Franca
Currículo do Grupo
O Grupo Minik Momdó é constituído por artistas de formações e pesquisas em linguagens diferentes, que buscam a construção de uma obra comum, mas polissêmica. Nossa metodologia também envolve o convite a outros artistas que integrem nosso processo criativo de acordo com a especificidade de cada projeto.
Iniciamos o nosso trabalho em 1998 e desde então nos aprofundamos na pesquisa sobre o corpo e o espaço em cena, criando interferências poéticas em espaços não convencionais.
O amadurecimento da nossa pesquisa nos levou ao que chamamos de "espetáculo-instalação". Isto significa a ocupação de um espaço ou edifício, que é re-significado a partir de signos artísticos que constituem uma instalação. Esta, por sua vez, é ocupada pela performance dos bailarinos, atores e músicos e é visitada pelo espectador, que propõe seu próprio percurso e tempo de visitação.
O resultado é um trabalho híbrido, onde os diferentes elementos convivem em cena de maneira não hierarquizada, compondo uma multiplicidade de sensações e sentidos.
Véus – 1998 – Mundão – SESC Santo Amaro
Nus Vestidos, 1999, Instituto Goethe - Encontro Laban/99
Missa para Santa Cecília 2000, Prêmio Estímulo/99 – Novos Espaços Coreográficos; Casarão da Funarte/SP; Igreja da Consolação
Tandanz 8 Dogmas (2001), Prêmio EmCena Brasil - Funarte; Instituto Goethe e na Oficina Cultural Oswald de Andrade
Trilogia do Minotauro:
Óikos, (2002), Casa das Rosas; Festival de Dança Flor da Paulicéia, no Teatro Sérgio Cardoso; Casa da Palavra, 2005.
Metóikos – aquele que mora na casa do outro, (2004), Espaço Cênico Ademar Guerra do CCSP.
Protótypós, (2006) prêmio Klauss Vianna FUNARTE/Petrobrás 2006; Galeria Olido; Encontro de Coletivos e Fórum de Arte Contemporânea – Reverberações 2006, no Centro Cultural da Juventude.