terça-feira, 30 de junho de 2009

Pina Bausch morre aos 68 anos


do sítio do Tanztheater Wuppertal

Heute morgen starb Pina Bausch, die Tänzerin und Choreographin des Wuppertaler Tanztheaters. Ein unerwarteter schneller Tod ergriff sie fünf Tage nach einer Krebsdiagnose. Noch am vorletzten Sonntag stand sie mit ihrer Company im Wuppertaler Opernhaus auf der Bühne.



do Público.PT

Aos 68 anos, "morte rápida e inesperada"
Morreu a coreógrafa Pina Bausch

30.06.2009 - 14h31 PÚBLICO, Agências


A coreógrafa alemã Pina Bausch morreu hoje aos 68 anos. A autora de "Café Müller", a única peça que interpretou, soube há cinco dias que sofria de cancro. O seu estilo expressionista, recebido como controverso, tornou-a a grande dama da dança contemporânea alemã.


"Pina Bausch morreu esta manhã [no hospital], de uma morte inesperada e rápida, cinco dias depois de lhe ter sido diagnosticado cancro", informou em comunicado a porta-voz do Tanztheater, Ursula Popp. "No domingo ela ainda esteve em cena com a sua companhia, na Ópera de Wuppertal", assinalou ainda Popp.


Figura maior da dança expressionista alemã, Bausch era uma criadora consagrada e uma das maiores coreógrafas do mundo. Tendo crescido no hotel-restaurante dos seus pais, sempre se pensou que "Café Müller" era inspirado nessa sua experiência, na sua vida, algo que negou ao PÚBLICO em entrevista em Abril passado. "Não tem nada a ver com a minha biografia. Chama-se "Café Müller" mas não tem nada a ver com o facto de os meus pais terem tido um restaurante", disse. "Esta peça nasceu de um convite para fazer um trabalho à volta do [dramaturgo britânico William] Shakespeare, um trabalho baseado numa passagem do "Macbeth". Éramos uns quantos bailarinos, alguns actores e um cantor. Tínhamos 14 dias até à estreia e achei que não era suficiente. Decidi chamar mais algumas pessoas o Gerhard Bohner, Hans Pop, Gigi Caciuleano para uma coreografia que se passasse apenas numa sala, o Café Müller, em que cada um poderia fazer pequenas danças e contar as suas próprias histórias, ou até usar a sua própria música". "No fundo, são quatro diferentes "Café Müller" que fazemos juntos. Como vê, nada tem de privado ou pessoal".


"Café Müller" é, enfim, a sua peça mais conhecida, apenas interpretada uma vez em Portugal, há 15 anos, por ocasião de Lisboa - Capital Europeia da Cultura e a convite da Fundação Calouste Gulbenkian, que organizou um ciclo retrospectivo à volta da sua obra. No ano passado, 

o Centro Cultural de Belém e o Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, organizaram um ciclo de conversas, filmes e três peças: a estreia nacional de "Nefés", sobre Istambul, "Masurca Fogo", feita sobre Lisboa em 1998 e apresentada na altura, e "Café Müller".


Reconhecidamente uma figura avessa a entrevistas e a falar em público, disse em entrevista ao PÚBLICO no final de Abril de 2008: "Nunca gostei de peças que se desenrolam num só nível; o ambiente das minhas está sempre a mudar, com o fim sempre em aberto. Eu também não sei. Há mais perguntas que respostas. Há muitas perguntas". (ver a entrevista na íntegra em link) 


Nascida em Solingen, na Alemanha, a 27 de Julho de 1940, começou a estudar dança aos 14 anos na Escola de Folkwang, em Essen, com o coreógrafo Kurt Jooss, um dos fundadores do movimento Ausdruckstanz, uma corrente que combina o movimento, a música e elementos da arte dramática na sua dança. 


A passagem pela conceituada escola de dança norte-americana Juilliard permitiu-lhe o contacto com Anthony Tudor, José Limon e Mary Hinkson. Mais tarde, regressaria à Alemanha para integrar a companhia Folkwang, de Kurt Jooss - assinaria a sua primeira coreografia, "Fragment", sobre música de Bela Bartok em 1968. Em 1969, ascendia ao cargo de directora artística da Folkwang, que acumulava com a coreografia e a dança em palco.


A "sua" companhia, o Tanztheater Wuppertal, é-o desde 1973. Começou a ser convidada com regularidade a fazer digressões no estrangeiro e o Tanztheater passou a ser reconhecido como uma das maiores companhias contemporâneas do mundo. 


Participou no fime de Fellini "O Navio" (1982) e depois em "Fala com Ela", de Pedro Almodóvar (2001). Em 1990, realizou "A Queixa da Imperatriz" e estava a planear fazer um filme com Wim Wenders.


No ano passado, foi distinguida com o Prémio Goethe. Bausch foi casada com o cenógrafo holandês Rolf Borzik, que morreu em 1980.



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