"O entusiasmo e a habilidade dos dançarinos campo-grandenses me  surpreenderam, aqui existem muitos talentos\"... palavras da dançarina alemã  Bettina Ried, ditas em uma palestra sobre os fundamentos da dança de salão, na  semana passada em Campo Grande.
 Foi com muito ritmo nos pés que professores e alunos de dança de salão  participaram de uma tarde de palestra e mini-aulas de dança esportiva com a  dançarina alemã Bettina Ried, professora de dança de salão, autora do único  livro brasileiro sobre dança de salão internacional. \"Ela é um expoente, um dos  maiores nomes que temos no Brasil quando se fala em dança esportiva  principalmente\", conta Ivan Sousa, professor de dança de salão na capital.
 Bettina foi responsável por trazer e divulgar a dança esportiva para o  Brasil. \"As competições de dança de salão têm cerca de 70 anos, mas no Brasil  falta divulgação, eventos como este. Aquelas competições que assistimos pela  televisão em programas brasileiros, não são dança esportiva\", explica a alemã  que atualmente leciona dança na escola superior de educação física de Jundiaí,  em São Paulo.
 A dançarina alemã começou a palestra explicando os fundamentos e critérios de  avaliação de uma competição de dança. O primeiro requisito analisado por juízes  de dança esportiva de acordo com Bettina é o ritmo, quando o casal precisa  pulsar conforme a música. O segundo é a postura e o equilíbrio, ou seja, a  harmonia entre os dançarinos. O terceiro é a técnica, a geometria dos pés. Por  último a coreografia que é a expressão e as figuras de dança. \"Na dança  esportiva não vale ficar inventando passos, o casal precisa seguir as figuras  que já existem nos catálogos de dança. Para cada categoria existe um grupo de  figuras\", enfatiza a dançarina que têm desenvolvido pesquisas em dança  esportiva no Brasil há mais de 10 anos.
 Pouco mais de 80 pessoas participaram da palestra que contou com o apoio do  governo do estado por intermédio da fundesporte. \"Foi muito bom. Consegui  entender a diferença entre a dança de salão e a dança esportiva. Fiquei com  vontade de aprender\". Diz o médico ortomolecular André Martins que faz aulas de  dança de salão em Campo Grande. 
 Maria Arlete Bueno, 55 anos, faz aulas de dança de salão há 15 anos e  acredita que só agora teve a oportunidade de conhecer a dança esportiva.  \"Percebi que esse tipo de dança exige muita pesquisa dos praticantes. Gostei  muito, achei a palestra maravilhosa\", relata a artista plástica.
 A dançarina alemã veio a Campo Grande acompanhada do marido que também é  dançarino, o alemão Ralph Torsten Ried. Ele que também é professor de dança deu  várias dicas para quem sonha em participar de competições de dança esportiva.  \"Os dançarinos precisam abrir a visão e parar de olhar para os próprios pés\",  diz Ralph.
 Os professores em vários momentos da palestra citaram as contribuições da  dança de salão para a saúde. Para Bettina, quem dança tem uma autoestima melhor  e acaba cuidando do corpo também. \"Dançar emagrece, modela o corpo. É também um  exercício para a memória e uma terapia para casais. Tem 35 anos que fazemos isso  juntos, eu e Ralph, deu muito certo não é?\", brinca Bettina.
 A visita da escritora a Campo Grande é resultado de um intercâmbio  profissional que teve início em fevereiro de 2008, quando Ivan Sousa e Daniele  Barilli participaram de um curso intensivo de Dança Esportiva com Bettina, em  Valinhos - SP. Após o curso, o casal foi o grande vencedor da terceira Copa ESEF  de Dança Esportiva, realizado em junho na cidade de Jundiaí - SP. \"Trouxemos  Bettina a Campo Grande com a intenção de divulgar a dança esportiva aqui e  formar multiplicadores\", explica Daniele Barilli, bailarina e professora de  dança de salão em Campo Grande. 
  Fonte: MS  Notícias