quinta-feira, 30 de abril de 2009

TANGO TOILET


TANGO TOILET


Extract of the movie "Dos Ambientes" directed by Rodrigo Pardo,

with Cristina Cortes and Rodrigo Pardo.


Camera and editing : Guiye Fernandez


2min44seg




São Paulo: curso regular de contato improvisação


Ricardo Neves 

 escreveu



CURSO REGULAR DE CONTATO IMPROVISAÇÃO
com  Ricardo Neves no Espaço OMSTRAB
 [intermediário e avançado]


No workshop serão trabalhados os pequenos detalhes da dança, assim como o virtuosismo. Utilizando como ferramenta o Aikido e técnicas de educação somática, abordaremos ‘técnica-mente’ quedas, vôos, base, pequenas e grandes transferências de peso.


quando: domingos, das 14h00 às 16h00

local: Espaço OMSTRAB - Rua Capital Federal, 35, Sumarezinho
[entre as estações Sumaré e Vila Madalena do Metrô]

Investimento: valor mensal R$ 111,00  / aula avulsa R$ 30,00


Ricardo Neves estuda contato improvisação desde 1997. Praticante de Aikido, aplica em seu trabalho e nas oficinas que ministra técnicas baseadas nos ensinamentos dessa arte.  Concebeu e organizou o I Encontro Internacional de Contato Improvisação em São Paulo. Participou como professor e perfomer de festivais de contato em Buenos Aires , Brasília e no Rio de Janeiro. Já performou com Tica Lemos (BRA), Daniel Lepkoff (USA), Cristina Turdo (ARG), Ingo Rozenkranz (ALE), Ralf Jaroshinski (ALE) e fez cursos com Steve Paxton (USA) e Nancy Stark-Smith (USA), entre outros


Joinville-SC: SEMINÁRIOS DE DANÇA 2009 : programação


  Seminários de Dança

  Festival de Dança

 seminario@festivaldedanca.com.br


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 infodansa 20-04-2009



Paraná recebe espetáculo de dança indiana


Milu Leão Duarte 

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NATYA DHARMA – A tradição das Devadasis

Espetáculo de Bharathanatyam – Dança Clássica Indiana

 

Paraná recebe espetáculo de dança indiana

 

Grupo que participou da abertura da novela Caminho das Índias inicia turnê por Ibiporã

 

O Grupo de Danças Clássicas Indianas Natyalaya, que atualmente dança na abertura da novela da Rede Globo “Caminho das Índias”, faz uma turnê pelo interior do Paraná. A primeira apresentação do espetáculo “Natya Dharma” será em Ibiporã, dia 12 de maio, às 20h, no  Teatro Padre José Zanelli. Maringá, Campo Mourão, Umuarama, Cascavel e Jacarezinho também receberão o grupo até o dia 19 de maio.

 

O espetáculo “Natya Dharma” remete à essência da dança clássica indiana, mostrando a importância da linhagem de Guru-discípulo, conhecida como “Guru-shishya Parampara”. A intenção é retratar atmosfera da antiguidade, com sutileza e poesia.

 

As coreografias têm influência de grandes mestres. Entre eles, Shrimati Kalamandalam Sumath e Shri Tanjavur Rajaratnan Pillai. O repertório segue o Bharathanatyam, um dos sete estilos de dança clássica do sul da Índia, considerado por estudiosos a origem de todos os outros. “Nrtta”, ou dança pura e abstrata, e “Nrtya”, ou dança expressiva, fazem parte do estilo  Bharathanatyam e serão apresentadas pelo grupo.

 

O figurino foi desenhado com a preocupação de se preservarem elementos tradicionais da cultura indiana. Ressaltar essa cultura com muita beleza foi a maior preocupação da equipe de estilistas.

 

A concepção, o roteiro e a direção artística do espetáculo são de Patrícia (Romano) Madhusudanan. Além de precursora da dança indiana no Brasil, ela é também professora do Grupo Natyalaya e representante oficial no Brasil da escola matriz, com sede no Estado de Kerala, na Índia.

 

O Natyalaya é o primeiro e mais conceituado grupo de dança indiana da América Latina. Foi consagrado inclusive na própria Índia, onde suas bailarinas receberam prêmios e grandes elogios da imprensa.

 

Grupo conversa com imprensa em coquetel de lançamento da turnê

 

Em Londrina, onde ocorre o lançamento oficial da turnê pelo Paraná, o grupo será recepcionado com um coquetel, com direito a cardápio indiano, assinado por “Black & Fischer”, e muitas pétalas de rosas. Além disso, a Zonna do Aroma prepara fragrâncias especiais para receber o grupo Natyalaya. O coquetel será realizado no dia 11 de maio, às 19h, na loja Capezio (rua Paranaguá, 920). Durante a recepção, a imprensa poderá conversar com os membros do  Grupo de Danças Clássicas Indianas Natyalaya.

 

 

Serviço:

 

“Natya Dharma” – Grupo Natyalaya

 

12 Maio / 20h Ibiporã - Teatro Padre José Zanelli

13 Maio / 20h Maringá – Teatro Calil Hadadd

15 Maio / 20h Campo Mourão – Teatro Municipal

16 Maio / 20h Umuarama - Teatro do Centro Cultural Schubert

17 Maio / 20h Cascavel – Centro Cultural Gilberto Mayer

19 Maio / 20:30h Jacarezinho - CAT *somente em Jacarezinho o valor será R$10,00 (meia) e R$20,00 (inteira)

 

Ingressos: R$30,00 (inteira) R$15,00 (meia*) R$20,00 (com bônus*)

* Pagam meia entrada estudantes com carteirinha, professores da rede publica e aposentados

* Mediante ao bônus pagam R$20,00

 

Ingressos a venda:

 

IBIPORÃ: FUNDAÇÃO CULTURAL IBIPORÃ e LOJA CAPEZIO LONDRINA 

Informações (43) 3324-6905

 

MARINGÁ: LIVRARIA ESPAÇO MARINGÁ PARK

Informações (44) 3029-6699

 

CAMPO MOURÃO: CAFÉ PASTEL e SUPER FIORELLA

Informações (44) 3518-1190

 

UMUARAMA : FUNDAÇÃO CULTURAL DE UMUARAMA

Informações: (44) 3621-4112

 

CASCAVEL: CENTRO CULTURAL GILBERTO MAYER

Informações: (45) 3902-1369

 

JACAREZINHO: BAGUETE DE OURO, DEPARTAMENTO DE CULTURA E TEATRO CAT

Informações: (43) 3911-3024

 

Ficha Técnica:

 

Concepção, Roteiro e Direção artística: Patricia Madhusudanan

Direção Cênica: Naira de Almeida Prado

Coreografia: Shrimati Kalamandalam Sumathi, Shri Baskara Rao, Patricia Madhusudanan

Shri Tanjavur Rajaratnan Pillai

Assistente de coreografia: Iara Ananda Romano

Assistente de Direção: Naira de Almeida Prado
Iluminação e Sonoplastia: Chiris Gomes

Figurinos: Shrimati Kalamandalam Sumathi e SV Krishnan Kutty Nair Shreedhar

Elenco do Grupo Natyalaya: Naira de Almeida Prado, Anays Alves, Gourangi Mazulo

Marcella Karmann

Produção Executiva: Naira de Almeida Prado

Produção: Natyalaya Produções Artísticas

Produção Local e Promoção: Capezio Londrina

Agradecimentos: Shrimati Kalamandalam Sumathi, SV Krishnan Kutty Nair Sreedharam Pillai Madhusudanam Nair, Sowmya Balagopal

 

Contato:

 

Milu Leão Duarte (Produtora Local)

(43) 9124-2709 – 3324-6905      

miluturismo@hotmail.com





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Porto Alegre-RS: Faladores


 hagah

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Faladores


Em Faladores a Cia Mário Nascimento pesquisou uma linguagem própria de comunicação com códigos sonoros e criação de palavras num dialeto inventado, o “momoês”, que transita pelo espetáculo assim como o Português, Alemão, Inglês, Espanhol e Francês. 

O trabalho tanto em sua concepção quanto em sua construção, buscou fundamentos teóricos e conceituais em autores como Paul Zumthor (Performance, Recepção e Leitura) e Yoshi Oida (O Ator Invisível). O espetáculo, inclusive, registra um pequeno trecho do capítulo 4 – A Fala – do livro de Oida. 

Em cena, oito artistas buscam dialogar entre si e com o público, utilizando a arte como seu meio de comunicação, trazendo para a cena diversas formas de comunicação através do som, da música, da palavra, poesia, dança, ação e movimento. A necessidade do homem em se expressar e, apesar das barreiras, se fazer entender. A arte como seu principal objetivo: comunicar.


Bailarino

André Rosa, Daphne Chequer, Joana Wanner, José Villaça, Marco Túlio Ornellas, Mariel Godoy, Thaïs França e Vanilton Lakka

Companhia

Cia. Mário Nascimento

Coreografia

Mário Nascimento

Iluminação

Ricardo Cavalcanti

Trilha Sonora

Fábio Cárdia



Theatro São Pedro

Praça Marechal Deodoro, s/n°
Centro - Porto Alegre

Telefone(s):

(51) 3227-5100

(51) 3227-5300


Horário(s):

De 02/05 a 03/05/2009

Sábado, às 21h

Domingo, às 18h


Preço(s):

R$ 25 (pleteia), R$ 20 (camarote central), R$ 10 (camarote lateral), R$ 5 (galerias central e lateral)


Onde comprar:

Na bilheteria do teatro


Facilidade(s):

Convênio:

Clube do Assinante ZH (50% de desconto nos 200 primeiros ingressos adquiridos na bilheteria do teatro. Depois, 20% de desconto para titular e acompanhante)


Descontos:

AATSP (50% de desconto na estreia), Classe artística (20% de desconto, mediante comprovação)




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hagah  



São Paulo: Pequenos Fragmentos de Mortes Invisíveis


SESC Ipiranga



PEQUENOS FRAGMENTOS DE MORTES INVISÍVEIS



Dia(s) 01/05, 02/05, 03/05 

Sexta, às 17h   

Sábado, às 19h    

domingo, às 17h     



Instalação coreográfica em que microfones pendurados no teto captam sons do movimento dos visitantes e dos bailarinos. O público transita no mesmo ambiente - um labirinto de vidro e metal - no qual os artistas se apresentam. A performance de dança se renova a cada dia, permitindo aos frequentadores observar o desenvolvimento da pesquisa corporal.


Galpão.

Grátis



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infodansa 11-04-2009

SESC a

SESC b



São Paulo: Aulas de Dança Indiana


 Estúdio Beladança SP

 beladanca@grupos.com.br


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São Paulo: Mundo do Tango :: Programação :: quinta-feira 30.04


Adriana Reis 

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- quinta-feira, 30 de abril


5º Semana Dancing - Bourbon Atibaia - SP

Quando: qui, 30 de abril

Onde: Resort Bourbon Atibaia (mapa)

Descrição: 5º Semana Dancing - Bourbon Atibaia - SP Para você que adora dançar e não dispensa o conforto de um resort, aqui está uma excelente dica para o feriado de 1º de maio: a 5ª Semana Dancing, que ocorrerá dos dias 30/04 a 03/05, no Bourbon Atibaia Spa Resort. São performances e aulas de dança de diversos ritomos, como bolero, samba, tango e salsa, entre outros. Pode-se dizer que esse feriado será como um mini Dançando a Bordo, para quem conhece. Aulas de diversos ritmos durante o dia, e bailes à noite, com a presença de personais. Para quem quiser saber um pouco mais sobre o resort, segue o site: http://www.bourbon.com.br/. Contato: Vanessa Regina Arakaki (Equipe Theo & Monica) Mobile: 55 13 9739-5465 / 55 11 7887-7399 Nextel: 55*90*6370vanessar.arakaki@gmail.com

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21:00 - Show de Tango - Tributo a Gardel e Piazolla no Villa Alvear

Quando: qui, 30 de abril

Onde: Villa Alvear (mapa)

Descrição: VILLA ALVEAR Apresenta: CIA Tango & Paixão Show de Tango - Tributo a Gardel e Piazolla MÚSICOS * BAILARINOS * CANTORES ELENCO MÚSICOS: Bandoneón: Pocho Caceres Guitarra: Ricardo Soronto Violino: German BAILARINOS: Márcia Mello e Nelson Lima Convidados Especiais: LUIZ CARDOSO E ANA CANTORES: Anadir Zoccal Susana di Karlo Todas as quintas, a partir das 21h Couvert Artístico: R$ 15,00 RESTAURANTE VILLA ALVEAR RUA CANARIO, 408 – MOEMA - SP FONE: 5051.0171 / 3858.2783 (RESERVAS) Estacionamento com manobristawww.villaalvear.com.br

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20:30 às 23:30 - Prática de Tango - Dance Club

Quando: qui, 30 de abril

Onde: Dance Club (mapa)

Descrição: Dance Club Prática de Tango - das 20:30 às 23:30hs Contribuição: R$ 8,00 R. Sergipe, 270 - Higienópolis - tel 3237-3558 (entre as ruas Sabará e Itacolomi) Organização : Virginia Holl e Braga

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21:00 - Gato Negro Tango - SESC Santana

Quando: qui, 30 de abril

Onde: SESC Santana (mapa)

Descrição: Gato Negro Tango Natalia Mallo (voz), Ramiro Murillo (violão e arranjos), Cintia Zanco (violino), Marisa Silveira (Violoncelo), Rui Barossi (contrabaixo) 30 de abril - 21h - SESC Santana http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=149396

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Show com Alexandre Bellarosa e Kátia Rodrigues no Restaurante Villa Alvear

Quando: qui, 30 de abril

Onde: Restaurante Villa Alvear (mapa)

Descrição: 30/04/09 Restaurante Villa Alvear Show com Alexandre Bellarosa e Kátia Rodrigues Contato: www.alexandreekatia.com

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Mais informações:
(por Adriana Reis)


quarta-feira, 29 de abril de 2009

Deutsche Welle: Move Berlim apresentou dança como fator de reflexão e mudança social


Deutsche Welle


Move Berlim apresentou dança
como fator de reflexão e mudança social




Exótico, ritmo no sangue, alegria e beleza: justo a imagem do brasileiro que o festival de dança se recusou a reforçar. Muitos debates, autorreflexão e um encontro com o passado da arte no "país sem memória".


Organizar um festival de arte envolve uma série de decisões, as quais, uma vez tomadas, eliminam inúmeras outras possibilidades. No Move Berlim 2009 ficou bem claro o que seus diretores Wagner Carvalho e Björn Dirk Schlüter quiseram a todo custo evitar: nem reglorificar o mainstream, nem alimentar o clichê do brasileiro exótico, ritmo no sangue, alegria e beleza puras.

Também na contramão do clichê veio a oferta abundante e consequente de palestras e debates. ("Brasileiro também reflete! Até mesmo os que dançam!") É certo, um efeito colateral foram queixas reiteradas de que "faltou dança". Mas na barganha o espectador persistente ganhou um vislumbre do que (também) acontece às margens e nos interstícios das carreiras internacionais brilhantes e megaeventos de dança no Brasil.

Esperando até hoje



De um lado, projetos com um pé no trabalho de cidadania, como os da DI Cia. de Dança (Macaé) ou do Núcleo de Criação do Dirceu (Teresina), testemunhos vivos do potencial da arte para redefinir destinos sociais, motivar existências e até comunidades inteiras. Do outro, uma visita ao ateliê de profissionais que – "em vez de dançar" – justamente se questionam sobre o "porquê" e o "para onde" de fazer dança – hoje, no país natal ou como brasileiro no exterior, neste momento de suas vidas, etc..

A resposta/pergunta tomou a forma de experimentos interdisciplinares – o Desenhode Margô Assis e Eugênio Horta, o diálogo em vídeo de Renata Ferreira e Fauller –, assim como de bem humoradas reflexões cênicas sobre o to dance or not to dance.

Esse foi o caso do grupo Dimenti (Salvador): autorreferencial, a um tempo moleque e contundentemente honesto, seu Tombé levou o público para um passeio de trem-fantasma pela prática dançante – as aulas, os editais para projetos, dançarinos versus atores, balé versus ioga, a confrontação com os monstros sagrados, concorrência, quotas, luta pela sobrevivência.

E ao final, no proscênio, armados para o debate, seríssimos e frontais: "Só saímos daqui quando alguém nos der uma boa definição para 'dança contemporânea'". Se a ameaça fosse a sério, eles estariam esperando até hoje.

A lycra e o preto-e-branco


A Companhia de Dança da Cidade mostrou ainda uma outra possibilidade de movimento de dança, hoje. Em 2003, inspirados por uma trupe norte-americana de "danças de repertório", os professores Roberto Pereira (também crítico e autor) e Marise Reis (também dançarina) se propuseram a reconstruir obras brasileiras modernas e contemporâneas: coreografias, figurinos, música, luz, tudo. Como executantes, alunos ou graduados de Licenciatura na UniverCidade do Rio de Janeiro, um centro universitário privado.

Não é sem motivo que Pereira fala de uma "aventura arqueológica", na qual todo o material ligado à produção investigada – registros em vídeo e foto, críticas, comentários, entrevistas, anotações – se torna "objeto de desejo". Uma tarefa de Sísifo autoimposta, dir-se-ia: com recursos financeiros mínimos, reviver amostras da mais efêmera entre as artes, cronicamente mal documentada, ainda mais num país que, segundo reza o clichê, "não tem memória". O professor admite: "Uma loucura!"

Entre questões de direitos autorais e pruridos por parte dos criadores, alguns dos obstáculos encontrados rendem anedotas divertidas. Como a dificuldade de determinar a cor de um figurino conhecido apenas através de um vídeo em preto-e-branco; uma monumental chuva de areia eliminada por motivos de praticidade. Ou a total impossibilidade de se comprar lycra hoje, a fibra sintética que ditou o visual da década de 80.

O moderno e o novo



Tudo considerado, chega a ser desconcertante a competência com que a companhia apresentou, em dois dias, um total 11 coreografias extremamente variadas, numa espécie de gran finaledo festival. Sobretudo por tratar-se, em princípio, não de virtuoses, mas sim de futuros profissionais do ensino, dançando pela primeira vez no exterior. Acresça-se o intimidador fato de os intérpretes originais das coreografias constituírem o crème de la crème do país. Nomes como Deborah Colker, Regina Sauer, Angela Nolf ou Caio Nunes eram lançados com naturalidade durante a apresentação dos números.

Danças de repertório abarca coreografias criadas entre 1973 e 1994. Num extremo da escala, encontram-se obras claramente "datadas", como a hierática Suíte barroca de Nina Verchinina, a mais antiga de todas, em mais de um sentido. Ou a jazzdance de Carlota Portella Minha América(1985) e o Concerto em F (1982), de Lourdes Bastos, sobre música de George Gershwin, acentuando o caráter arqueológico da aventura.

Guardam um frescor irreverente as peças realizadas por Graciela Figueroa entre 1976 e 1980. Como lembra Roberto Pereira, em plena ditadura militar a uruguaia escandalizou o Rio de Janeiro, "capital da dança clássica", com seus dançarinos que se exibiam pelas ruas, gritavam, batiam tambores e fumavam maconha.

O solo Busca opus 39, de Sonia Mota, foi transformado em duo por ela própria. Sexagenária impávida, Mota o dançou no festival ao lado de uma bailarina nascida em 1985, mesmo ano da criação de sua peça. Um contraste de corpos que poderia ser "objeto de estudo", sugere a coreógrafa.

"Registros no corpo"


Igualmente de 1985 é o pas-de-deux masculino Boxe, possível candidato a favorito do público. Excetuados os socos, a "dança-vinheta" de Renata Mello exibe com ironia tudo o que circunda e se oculta por trás dessa forma de luta: ostentação galinácea; agressividade gratuita de machos que se esbarram de propósito; frenéticos arabescos de punhos; intermináveis abraços em câmera lenta, roçando o homoerotismo. Ao fundo, uma chanson francesa: "Moi, je voulais un homme / Ni trop laid, ni trop beau..."

Catar (1987), de Lia Rodrigues e João Saldanha, é um elaborado sistema de signos, a começar pela trilha sonora, combinação de cantos de pigmeus africanos, Philip Glass e o escandir de uma parlenda: "Cata, cata, cata /Deixa eu catar / Se não for o da frente / O de trás tem que catar". No contínuo da comicidade até o trágico, a coreografia se estrutura em torno dos vários sentidos do verbo no título: recolher do chão (achado de sorte ou para sobreviver), furtar, catar parasitas.

A trilha sonora também é fator essencial em Valsa Volúpia, criada em 1988. Dispersos pela cena, a luz deixa entrever desolados cogumelos, azuis-celestes, gigantes. À medida que se desenrola a música – Vida de artista, de Johann Strauss, numa roufenha gravação histórica – revelam-se as bailarinas, de tule à la Degas e traseiro voltado para o público. Desgrenhadas, rostos impassíveis, movimentos espasmódicos e dessincronizados, elas são como autômatos quebrados.

Executada com bravura no encerramento do Move Berlim, no teatro HAU 1, a peça de Ana Maria Mondini evoca tudo o que jamais se associaria com o balé clássico: sabá de bruxas, arrogância do flamenco, frêmito da tarantela, abuso sexual, possessão demoníaca, convulsão de Pombajira. Um compêndio de maus modos, cruéis segredos de boas meninas quando ninguém está olhando. Em brevíssimos momentos, entretanto, tudo é impecável idílio vienense: as bonecas até sorriem. E aí o som também se desanuvia, chiados e distorções dão lugar ao mais puro som digital: um "normal" que é  falso, mais obsceno do que todo o resto. Mas logo vai passar.




Um momento arrepiante da dança brasileira, bem vivo mais de 20 anos depois – e que estaria enterrado, sem esse "registro no corpo" pela Companhia da Cidade. Não se trata de um resgate, "depósito de recordações", insistem seus fundadores: é construção, no presente, da história da dança.

Autor: Augusto Valente
Revisão: Simone Lopes




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infodansa 20-04-2009