No palco, os intérpretes dançam entre 125 objetos pessoais e intransferíveis, coadjuvantes de toda a encenação. A grande maioria foi trazida de casa ou garimpada em mercados de usados, sob a supervisão do artista plástico João Modé, que assina a ‘Ambientação’. Pequeno Inventário dos Lugares-Comuns tem também vídeos de Paola Barreto e Lucas Canavarro.
“Este espetáculo dá continuidade à minha pesquisa sobre uma poética do cotidiano. Mas também acho que tem relação com chegar aos 44 anos e refletir sobre estar na metade da vida, se vendo na situação de rever prioridades, de olhar para as práticas ordinárias de todos os dias com o desejo de redescobri-las”.
No cenário tem bule azul, cinzeiro de vidro, garrafas PET, aspirador de pó, isqueiro, bolsa térmica, capacete de ciclista, pino de boliche de plástico, esponja de pia. Tem coisa miúda também: um jogo mínimo de porcelana, um urso, dois bombons, fita métrica e até brilhantina. Todos eles passeiam com os bailarinos pelo palco, reconfigurando o espaço da dança e também a percepção habitual que temos destes objetos comuns. A música é processada em cena, por Felipe Rocha, que usa inclusive sons do cotidiano. “O desejo do encontro com profissionais com os quais tenho afinidades para vivenciarmos juntos um processo de criação, me fez convidar esta equipe. Gosto muito de processos colaborativos, de ser levada a perceber novas perspectivas para uma questão no encontro com pessoas que trabalham de formas diferentes ou que vêm de outras áreas, como as artes visuais e o vídeo, por exemplo”, observa Dani.
Mergulhando no universo das ações e gestos ordinários de todos os dias, Dani Lima desdobra nova fase de sua pesquisa que tem, entre outras referências, a obra do artista plástico francês Christian Boltansky, cuja obra é dedicada às pequenas memórias cotidianas, como os objetos esquecidos numa estação de trem, as imagens de uma família em férias, os nomes de antigos moradores de um prédio demolido.
Ficha técnica:
Concepção geral: Dani Lima
Criação e Interpretação: Dani Lima, Felipe Rocha, Laura Samy, Paulo Mantuano e Vivian Miller
Ambientação: João Modé
Vídeos: Paola Barreto e Lucas Canavarro
Música: Felipe Rocha
Luz: Renato Machado
Assistência de direção: Alice Ripoll
Dramaturgia desenvolvida em colaboração: Alex Cassal, Alice Ripoll, Dani Lima, Laura Samy, e Vivian Miller
Produção: Tatiana Garcias
Imprensa
Segundo Caderno / O Globo / dia 26 de Setembro, sábado
Por Silvia Soter
Não foram poucas as tentativas, ao longo das últimas décadas, na dança e no teatro, de fazer com que a cena não fosse sempre e apenas o lugar do extraordinário. Esse deslocamento tem sido uma importante estratégia artística em muitos campos. Marcel Duchamp ou ainda, na dança, a geração da Judson Church, foram alguns dos artistas que fizeram avançar esta questão. No entanto, mesmo o que é simples, natural e banal, ganha um outro status quando ocupa a cena. A peça “Pequeno inventário de lugares-comuns”, projeto concebido pela coreógrafa Dani Lima, tem aí o seu maior desafio. Dani e mais quatro artistas, em processo de colaboração, trazem o foco justamente para aquilo que passa desapercebido no cotidiano.
A ambientação criada pelo artista plástico João Modé reforça a posição de fronteira entre espetáculo e instalação. Embalagens, peças de roupa, brinquedos, alimentos, utensílios domésticos, móveis e outros, estão dispostos em cena, formando um conjunto de 125 objetos pessoais e de uso cotidiano. Os vídeos de Paola Barreto e Lucas Canavarro trazem ainda imagens do dia-a-dia de uma casa.
De início, Dani Lima, Laura Samy, Vivian Miller, Felipe Rocha e Paulo Mantuano manipulam estes objetos, deslocando-os, rearranjando-os, combinando-os a partir de critérios diversos. Diante dos olhos do público, a composição realizada pelos artistas, ainda que breve, promove associações de ideias e produz novos sentidos para os objetos. O nonsense acaba por se transformar em sentido. Ao mesmo tempo, dá o tom do estado necessário para se entregar a essa peça. A projeção da combinação de objetos em pares é um achado. Um pouco à maneira das crianças que transformam pedrinhas em brinquedo, essa cena amplia, de fato, a visão sobre o pequeno e mostra a poesia do simples.
A dança propriamente dita surge em duos e solos e tem também no cotidiano sua fonte. A tentativa de integrar a dança à malha dos objetos é visível. Neste caso, integrá-la é não dar a ela destaque demais, é buscar um equilíbrio de valor entre a dança e os outros elementos da peça. São nos solos de Felipe Rocha, de Dani Lima, de Laura Samy e no duo das últimas, que a justa medida entre gesto e dança se realiza, já que a coreografia torna-se mais interessante quando consegue partir da gestual sem chegar em seu limite mais abstrato. Já os duos de Paulo Mantuano e Vivian Miller, muitas vezes, possuem um registro distinto de toda a peça. A dança, neste caso, parece descolada do ritmo e do conjunto objetos-gestos-imagens.
Ainda que, em cena, quase nunca se consiga escapar de transformar qualquer coisa em algo extra-ordinário, “Pequeno inventário de lugares-comuns” dá conta de tratar do que pretende com muita poesia e delicadeza. Traz para o centro a vida como John Lennon um dia sugeriu: como aquilo que acontece quando estamos fazendo planos.
Serviço:
Dia / horário: Dias 24, 25/11, 1 e 2/12, Terças e Quartas, às 21h. Duração: 70 minutos
Local: Teatro SESC Anchieta
Preço venda: R$ 10,00 (inteira); R$ 5,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 2,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).
Recomendação etária: 12 anos
Teatro Anchieta do SESC Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 245
Tel: 3234-3000
-------------------------------------------------
Assessoria de Imprensa SESC Consolação e Teatro Anchieta
Rita Solimeo Marin – Tel: 3234-3043
CURRÍCULOS
Paulo Manutano
Formado em Dança Contemporânea pelo Centro de Estudos em Arte Angel Viana (1990) e em Fisioterapia pelo IBMR (1992), foi bailarino da Companhia Aérea de Dança (1988 – 1990) e de Companhia de Danças Deborah Colker (1994 – 1998). Desde 1999 tem sua própria companhia, tendo criado vários espetáculos e performances. Também trabalha como professor universitário (Faculdade Angel Viana/ UniverCidade-RJ), em coreografias para Escolas de samba desde 2003 (Mocidade Independente de Padre Miguel/ Caprichosos de Pilares) e para peças de teatro e circo (Intrépida Trupe). Desde março de 2009 está colaborando com Dani Lima no projeto “Pequeno inventário de lugares-comuns”.
Vivian Miller
Vivian Miller nasceu em 1976 no Rio de Janeiro, Brasil. É graduada em Design Gráfico em "Vital" - The Tel Aviv Center For Design Studies (Israel). Começou a dançar aos 4 anos de idade na Academia de Ballet Dalal Achcar (1980 -1991). Aos 13 anos foi indicada a cursar o Cuballet, em Havana, Cuba. Aos 17 anos foi estudar em Tel Aviv, Israel, onde permaneceu até 2001. Fez parte da Cia de Dança Contemporânea Rina Schenfeld de 1995 a 2001. Integra a Cia de Dança Dani Lima desde 2002, tendo participado como intérprete/criadora dos espetáculos “Falam as Partes do Todo?” (2003) e “Vida Real em 3 Capítulos” (2006). É também intérprete/criadora do espetáculo “Monocromos”, do Atelier de Coreografia, direção de João Saldanha (2007/2008). Participou da peça “Não Olhe Agora”, do Coletivo Improviso, direção de Enrique Diaz e Mariana Lima (2007). Em 2006 e 2007 participou de 2 Residências artísticas com João Fiadeiro - “Composição em Tempo Real” - em Lisboa e no Rio de Janeiro.
Laura Sämy
Bailarina, intérprete/criadora, formada em dança clássica e contemporânea - Dalal Achcar/Rio de Janeiro (1986); London Contemporary Dance School /Londres (1994/95); Centre Nacional de la Danse/ Paris (2002/03). Atualmente cursa Teoria do Teatro na UNIRIO/RJ. Estudou com diversos diretores e coreógrafos tais como Dudude Hermann, Luís Carlos Vasconcelos, Rui Horta, Simone Forti, Maguy Marin, Ariane Mnouchkine, Julien Hamilton, Benoît Lachambre , Claudia Flammin e David Zambrano, entre outros. Trabalha em parceria com João Saldanha/Atelier de Coreografia desde 1996 participando da maioria de seus projetos até o presente momento (: “A Fase do Pato Selvagem”, “Sopa”, “Afirmações Intencionais- Acidentes”, “Soma”, “Extracorpo” e “Monocromos”). Em 2005 inicia parceria com a coreógrafa francesa Nathalie Colantes participando de suas 2 últimas criações e passa a integrar o Coletivo Improviso sob direção de Enrique Díaz e Mariana Lima. Participu ainda das montagens “Vertus” e “Logique du Sujet”, com Nathalie Colantes / CNDC-Angers (2005) e Festival Vivat la Danse/Armentières (2008); “Les Affinités Électives”, performance na abertura da exposição de Tunga -Galerie Templon/Paris (2005); “Dobra”, em parceria com Thiago Granato, a convite de “Solos no Sesc”(2004); Huddles, de Simone Forti, dirigida pela mesma na Fondation Cartier/ Paris (2002).
Felipe Rocha
Faz teatro desde 1986 e formou-se em Artes Cênicas pela Universidade do Rio de Janeiro (Uni-Rio). Como ator trabalhou com a Intrépida Trupe e com os diretores Aderbal Freire-Filho, Amir Haddad, Antonio Abujamra, Christiane Jatahy, Domingos Oliveira, João Falcão e Moacyr Chaves, entre outros. Como bailarino trabalhou com Cristina Moura, Marcia Rubin, Dani Lima, Paulo Mantuano e Henrique Schuller. Desde 2002 assumiu uma parceria regular com o diretor Enrique Diaz, com quem montou as peças “Gaivota – tema para um conto curto”, “Ensaio.Hamlet”, “Notícias Cariocas” e “Não Olha Agora”, espetáculos apresentados em cidades como Paris, Moscou, Berlim, Nova York, Bruxelas, Quebec, Buenos Aires, Santiago de Compostela, Varna (Bulgária), Barcelona, Lisboa, Shizuoka (Japão), Montreal, Bogotá, Viena, e nos principais festivais brasileiros de teatro. É membro do Coletivo Improviso (dirigido por Enrique Diaz e Mariana Lima) e da banda Brasov. Estreou em 2008 como autor e diretor, com o espetáculo “Ele precisa começar”. Sua formação inclui estágios, workshops ou espetáculos com Jerome Bell, Vera Mantero, Olga Mesa, Tim Crouch, Juan Dominguez, Monica Calle, Robert Pacitti, Nienke Reehorst (assistente de Wim Wandekeibus e Sidi Larbi Cherkaoui), Ariane Mnouchkine, Sotigui Kouyate e Yoshi Oïda (colaboradores de Peter Brook), Brigit Panet, Kalamandalam Karuna Karam (mestre indiano de Katakali), I Made Djimat (mestre balinês de Topeng) e Regina Advento (bailarina da Cia de Pina Bauch), entre outros. Compõe música para teatro, dança e Cinema, tendo recebido os prêmios RioArte – Novos Talentos (em 1993) e Rio Dança (em 1999) de melhor trilha sonora, e tendo sido indicado três vezes ao Premio Shell de teatro (em 2003, 2004 e 2005) como compositor. Colabora com a Cia Dani Lima desde 1997 como Diretor Musical. Ganhou o Prémio Rio Dança 99 pela Trilha Sonora Original do espetáculo Nato.
João Modé
Artista com diversas exposições no Brasil e no exterior entre elas: Invisíveis, individual na Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro, 7ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, ambas em 2009; 28ª Bienal de São Paulo em 2008, A Cabeça, individual na galeria A Gentil Carioca, RJ; Contraditório – Panorama da Arte Brasileira, MAC São Paulo em 2007; Stopover, Kunsthalle Fribourg, Suíça; Abrigo Poético – Diálogos com Lygia Clark, MAC Niterói, RJ, ambas em 2006; Bienal de Praga, National Gallery, Praga, República Tcheca, e Rede, MAM do Rio de Janeiro, em 2003. Seu trabalho articula-se por uma noção plural de linguagens e espaços de atuação. Alguns projetos envolvem a participação direta do público. Exposições individuais: Musica para los Animales y las Cosas, Casa Tres Patios, Medellin, Colômbia2003/ Estímulo Puro, Agora, Rio de Janeiro2000/ Paço Imperial, Rio de Janeiro1996 /Mergulho no Reflexo, Centro Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro /Exposições coletivas: Futuro do presente, Itau Cultural, São Paulo/ Coleções 8, Galeria Luisa Strina, São Paulo/ Associados [Orlândia], Rio de Janeiro /Ibeu - 70 anos-70 obras do acervo, Galeria do Ibeu, Rio de Janeiro/ Medellín 07/Prácticas artísticas contemporáneas, Medellin, Colômbia2006/ Stopover, Kunsthalle Fribourg, Suiça / LOOP, Centro Cultural Telemar, Rio de Janeiro /The Image of Sound, St Elisabeth Kirche, Berlin, Alemanha/Gráfico Adesivo, Casa da Ribeira, Natal, RN/ Incorpo[R]ações, Espaço Bananeiras, Rio de Janeiro/ A Gentil Carioca, Daniel Reich Gallery, Nova York, EUA/ Livro de Artista, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro2005/ Espaço Urbano x Natureza Intrínseca, Espace Topographie de l'Art, Paris, França /Brazil, Watermil Center, Nova York, EUA /Road, projeto com CAPACETE Entretenimentos, La Paz-Lima, Peru/ Projeto Interface, Palais de Pape, Avignon, França/ Educação Olha!, A Gentil Carioca, Rio de Janeiro2004/ Unbound, Parasol Unit, Londres, Inglaterra/ A Gentil Carioca, Rio de Janeiro/ "inherit - conquer", Graz, Áustria /Entre Pindorama, Künstlerhaus Stuttgart, Alemanha / Espaço Lúdico - um olhar sobre a infância na arte brasileira, Espaço BNDES, Rio de Janeiro/Microlições de Coisas, Centro de Estudos Murilo Mendes, Juiz de Fora, MG 2003
Paola Leblanc
Paola Leblanc é cineasta formada pela Universidade Federal Fluminense (1995). Trabalhou como assistente de montagem nos longas-metragens “A causa secreta” de Sérgio Bianchi e “A Maldição de Sampaku”, de José Joffily. Em 1993, a convite do Programa Multiplicador Cultural do Goethe Institut, apresentou seus filmes de estudante “Agravo” (1991) e “O Mesmo” (1993, prêmio de Melhor montagem no 9o Rio Cine Festival) na Cinemateca Alemã em Berlim. No mesmo ano atendeu ao curso “Université d´Été”, em Paris. De volta ao Brasil, realizou o curta-metragem “Herodes”(1996). Dirigiu os programas “Lightmotiv”(1999) e “Antimatéria” (2000) para a série Dançativa do canal a cabo Multishow (Net/ Globosat). A partir desta experiência desenvolveu trabalhos com companhias como Ana Vitória Dança Contemporânea e Ivani Santana. Autora do projeto para instalação multimídia “Sorria, você está sendo filmado”, premiado pelo programa Transmídia 2002 do Instituto Itaú Cultural. Realizou o documentário “Me Erra!” (2002), premiado pelo programa Rumos Cinema e Vídeo do Itau Cultural 2001, apresentado no Festival de Cinema de Havana 2002 , É Tudo Verdade 2003 e no canal a cabo GNT (Net/Globosat), entre outros. Em 2005 dirigiu a vídeo-instalação cenográfica “GH através do espelho”, no Instituto Cultural Telemar, Rio de Janeiro, além do Programa Nota 10, Canal Futura. Em 2007 Dirigiu a série “Fazendo Orquestra” para o Canal Futura e iniciou o Mestrado em Tecnologia da Comunicação e Estética na UFRJ. Atualmente é Professora de Direção e Edição de Audiovisual da Escola de Comunicação da UFRJ, onde desenvolve sua pesquisa sobre vídeo-vigilância que deu origem à performance Cabine de Pensamentos, apresentada com David Cole na Caixa Cultural em agosto.
Renato Machado
Renato Machado é Bacharel em Cinema pela Universidade Estácio de Sá (2007). Há quinze anos vem atuando no mercado cultural brasileiro, já realizou mais de uma centena de trabalhos iluminando peças teatrais, espetáculos de dança, óperas, shows, exposições etc. Acompanha, como iluminador, o trabalho de diversas companhias teatrais como Sobrevento e Pequod, de teatro de bonecos, e a Companhia Teatro Autônomo, do diretor Jefferson Miranda; além de desenvolver parcerias com diretores como Christiane Jatahy (A Falta que Nos Move, Leitor por Horas) e André Paes Leme (Pequenos Trabalhos para Grandes Palhaços, Engraçadinha, A Hora e a Vez de Augusto Matraga) e coreógrafos como Marcia Rubin e Bruno Beltrão. Em 2007, fez, entre outros trabalhos, a iluminação de Últimos Remorsos Antes do Esquecimento, de Jean-Luc Lagarce, com a companhia Os Dezequilibrados; Peer Gyint, com a Companhia Pequod de Teatro de Animação; Kseni, ópera de Joci de Oliveira (Alemanha), e da montagem de Ensina-me a Viver, do diretor João Falcão, em São Paulo. Na área de dança, destacam-se os espetáculos “Eu e meu coreógrafo no 63” , “Do pop ao popping ou vice-versa”, “H2” e “H3”, do cultuado coreógrafo Bruno Beltrão, Dancig Eldorado, da Cia de Dança do Centro Cultural Carioca; e a Mostra Coreógrafos Brasileiros, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Diversas vezes indicado para premiações, recebeu em 1996 o Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem, na categoria Melhor Iluminação, com o espetáculo “Tempo de Infância” da diretora Alice Koenow. Em 2003, com “Tereza de Ávila, a santa descalça”, venceu o Prêmio Shell de Teatro – RJ; prêmio que também recebeu em 2005, pelo espetáculo de bonecos “Filme Noir”.