“Tava dormindo
Angoma me chamou
Disse levanta povo
Cativeiro se acabou.”
Jongo no Sudeste, bem imaterial registrado
O jongo, também chamado caxambu, tambu e batuque, é uma forma de expressão tocada, cantada e dançada, marcada na percussão de tambores. Tem suas origens na cultura dos povos africanos, principalmente os de língua bantu, e é um elemento de identidade e resistência cultural de várias comunidades formadas a partir dos escravos que trabalhavam nas lavouras de café e cana-de-açúcar do sudeste brasileiro.
Coube ao Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular – CNFCP/Iphan realizar o inventário nacional de referências culturais dos grupos de jongo, que resultou no Registro do Jongo no Sudeste.
Mais de vinte grupos de jongos e caxambus dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo demandaram, ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan, o Registro de sua manifestação cultural. Em 2005, o Jongo no Sudeste foi reconhecido comoPatrimônio Cultural do Brasil.
Encontro Capixaba de Jongos e Caxambus
A partir de 2008, os grupos de Jongos e Caxambus em atividade no Sul do ES vêm participando de ações de salvaguarda, através de encontros locais organizados com o apoio das prefeituras de Cachoeiro de Itapemirim, Itapemirim, Presidente Kennedy e Alegre.
O Encontro Capixaba de Jongos e Caxambus é organizado em articulação com o Iphan, o Ministério da Cultura, o Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, a Secult, as prefeituras municipais, a Comissão Espírito-Santense de Folclore e as associações de folclore do ES. A expectativa dos grupos, assim como a das instituições envolvidas, é a construção conjunta de um programa de inclusão nas políticas públicas do patrimônio cultural, a partir de momentos de convivência, troca de experiências, discussão e proposição.
Além dos grupos de jongos e caxambus do ES e dos representantes dos órgãos públicos e entidades, participam do Encontro as lideranças das comunidades reunidas no Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, a saber: Angra dos Reis/RJ, Arrozal (Piraí)/RJ, Barra do Piraí/RJ, Campinas/SP, Carangola/MG, Guaratinguetá/SP, Miracema/RJ, Pinheiral/RJ, Piquete/SP, Porciúncula/RJ, Serrinha/RJ, Santo Antônio de Pádua/RJ, São José dos Campos/SP, São Mateus/ES, Quilombo São José da Serra (Valença)/RJ, Vassouras/RJ.
O Pontão do Jongo/Caxambu reúne hoje dezoito grupos. É desenvolvido em parceria entre a Universidade Federal Fluminense, o Iphan e comunidades jongueiras, e suas atividades estão concentradas em três eixos de ação: articulação, capacitação/qualificação e difusão/divulgação. Para jongueiros (as), o Pontão é um ponto de encontro. Foi criado para manter a cultura viva. É uma conquista dos afro-descendentes, para manter suas raízes e sua cultura É um programa desenvolvido para o reconhecimento das comunidades.
A superintendência do Iphan no ES buscou ampliar a participação do Espírito Santo no programa de salvaguarda do Jongo no Sudeste, identificando e reconhecendo os grupos existentes no Sul do estado, juntamente com as prefeituras, e os do Norte, com o Inventário das Referências Culturais das Comunidades Quilombolas do Sapê do Norte – municípios de São Mateus e Conceição da Barra –, realizado através do Instituto Elimu. A realização dos inventários se apóia na participação dos grupos enquanto sujeitos da pesquisa, num processo de conhecimento e auto-conhecimento a partir do resgate da memória, da percepção e da reflexão sobre a inserção das comunidades em seus contextos históricos regionais, visando à sua valorização e à construção de sua participação cidadã, ampliada através de programas culturais e educacionais.
A Secretaria de Estado da Cultura (Secult), ao dedicar especial atenção às manifestações populares tradicionais e ao ser humano que permite a sua perpetuação, vem viabilizando caminhos estruturantes para que os portadores da cultura popular desenvolvam seu trabalho. Com o prêmio “Mestre Armojo do Folclore Capixaba”, os contemplados recebem apoio financeiro e reconhecimento com o título de "Mestre da Cultura Popular do Estado do Espírito Santo". O “Prêmio Renato Pacheco” auxilia na aquisição de indumentárias, adereços e instrumentos musicais. Já o edital de locomoção de artistas permite que nossa história e tradição participem de eventos nacionais e internacionais. A Secult também busca atuar com o IPHAN, a Comissão Espírito-santense de Folclore, as prefeituras e os grupos folclóricos no apoio a festas populares tradicionais de Norte a Sul do Estado.
As prefeituras municipais têm importante papel no apoio às manifestações, viabilizando meios para a sua participação em eventos diversos, dando a elas maior visibilidade e contribuindo para o seu reconhecimento em suas próprias localidades e nas regiões vizinhas.
A Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, ao sediar o Encontro, bem como as demais prefeituras, ao viabilizarem o deslocamento dos grupos e sua participação no evento reafirmam seu comprometimento e contribuem com a valorização do seu patrimônio cultural e de seus cidadãos.
Fonte: www.pontaojongo.uff.br
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