São dois seres infantis que se abrigam em peles adultas protegendo um ao outro e se protegendo um do outro, tentando se divertir para renunciar a realidade.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Curitiba-PR: Palco Giratório
São dois seres infantis que se abrigam em peles adultas protegendo um ao outro e se protegendo um do outro, tentando se divertir para renunciar a realidade.
São Paulo: 2ª Mostra do Fomento à Dança leva maratona de espetáculos à Galeria Olido
A abertura do evento, da qual o público também está convidado a participar, fica por conta do coreógrafo Antonio Nóbrega, dia 30, às 20h. Durante o mês de outubro, os espetáculos ocuparão o Centro de Dança Umberto da Silva, que reúne a Sala Paissandu e a Sala de Pesquisa e Acervo de Dança, além da Sala Olido e dos corredores externos da Galeria Olido, localizada no Centro da cidade.
A principal característica do evento é a diversidade dos trabalhos apresentados que está evidenciada na ampla oferta de espetáculos de grupos com diferentes histórias na esfera paulistana de dança, cada qual contribuindo à sua maneira para a construção de um painel da dança contemporânea na cidade de São Paulo, tornando-se resultado das diversas maneiras que a metrópole influencia seus indivíduos.
PROGRAMAÇÃO
AULA-ESPETÁCULO COM ANTÔNIO NÓBREGA
Dir. e concepção: Antônio Nóbrega. Com Luciano Fagundes, Maria Eugênia Almeida, Marina Abib Candusso e outros. 60 min. Livre
Durante aproximadamente uma hora, Antônio Nóbrega e alguns dançarinos do espetáculo original Passo promovem um bate-papo, ilustrado por danças, remetendo à criação da montagem no contexto da busca de uma linguagem brasileira e contemporânea de dança.
/ Sala Paissandu. Dia 30/9, 20h
CARMEN GOMIDE: CORPO ERÓTICO
Concepção, criação, interpretação: Carmen Gomide. Dir.: Mariana Muniz. Trilha Sonora: Livio Tragtenberg. 45 min. 14 anos.
Investigação sobre o papel do erotismo com suas implicações e complexidade nas relações humanas. A força, a intensidade e a singularidade do corpo humano retratadas na obra de Lucian Freud (1922), artista britânico que trata o erotismo em pinturas figurativas.
/ Sala Paissandu. Dia 1º, 20h
CIA. FRAGMENTOS DE DANÇA: SOB A NUDEZ DOS OLHOS
Dir. geral, concepção e coreografia: Vanessa Macedo. Dir. artística: Ângela Nolf. Com Adriana Guidotte, André Ricardo, Eloisa Rosa e outros. Trilha sonora: Allen Ferraudo. 55 min. 14 anos.
Inspirado na obra Ensaio sobre a cegueira, do escritor português José Saramago, o espetáculo propõe discutir a essência humana. A criação busca construir uma linguagem teatral no corpo.
/ Sala Paissandu. Dia 2, 20h
VIA URBANA DANÇA CONTEMPORÂNEA: KHRONOS
Dir. e criação: Pedro Costa. Com Beatriz Brejon, Lucia Weber, Pedro Costa e Marcos Vinícius. Participação do ator Henrique Meirellis. Seleção musical: Pedro Costa. 60 min. 14 anos.
Na mitologia clássica grega, Khronos simboliza o tempo. Tendo este tempo como ponto de partida, o espetáculo investiga o passado e o presente, seu reflexo no indivíduo e sua interação na sociedade. As pesquisas foram baseadas em poemas de Brecht, Santo Agostinho e Vinicius de Moraes.
/ Sala Paissandu. Dia 3, 20h
CIA. NOVA DANÇA 4: INFLUÊNCIA – PRIMEIROS ESTUDOS
Dir. e concepção: Cristiane Paoli Quito. Com Alex Ratton Sanchez, Cristiano Karnas, Diogo Granato e outros. 60 min. Menores de 12 anos, somente acompanhados.
Com um olhar atento para a violência social e para os significados das relações humanas, a dramaturgia da peça utiliza o suspense como recurso para tratar de crimes, investigação e mídia.
/ Sala Paissandu. Dia 4, 20h
GIZ DE CENA: 5 DANÇADEIRAS...PEIRAS MEIRAS DIMOFEIRAS SERACOTEIRAS
Dir.: Elizabeth Menezes. Com Flora Poppovic, Gisele Penafieri, Lívia Império e outros. Trilha original: Rosälia Albuquerque. Arranjadores: Estêvão Marques e Flora Poppovic. 60 min. Livre.
Espetáculo infanto-juvenil criado a partir do diálogo entre a dança, música ao vivo e as artes visuais, mostrando a diversidade cultural e humana e a possibilidade de transformação da realidade por meio de brincadeiras.
/ Sala Paissandu. Dia 5, 16h
CIA. CÊNICA NAU DE ÍCAROS: DE UM LUGAR PARA O OUTRO (...)
Dir. e roteiro: José Possi Neto. Coreografia: Miriam Druwe. Intérpretes-criadores: Álvaro Barcellos, Beatriz Evrard, Celso Reeks e outros. Trilha Sonora: André Hosoi e Bruno Buarque. Músicos convidados: Barbatuques, Ricardo Valverde, Samba e outros. 60 min. Livre.
A partir da proposta de retratar o universo das tradições populares, o espetáculo mistura elementos contemporâneos a ícones, entidades e lendas da cultura popular brasileira, tendo com figura central o orixá do movimento e da comunicação, Exu.
/ Sala Olido. Dia 5, 19h
NÚCLEO ARTÉRIAS: FRONTEIRAS MÓVEIS
Dir. e concepção: Adriana Grechi. Criação e interpretação: Karina Ka, Lua Tatit e Tatiana Melitello. Trilha sonora e performance: Dudu Tsuda. 50 min. 14 anos.
O espetáculo discute a instabilidade, violência e medo sob a perspectiva da ambivalência, idéia presente no livro Medo líquido, do sociólogo e pensador Zygmunt Bauman.
/ Sala Paissandu. Dia 7, 20h
NÚCLEO DE IMPROVISAÇÃO: ÁREA DE RISCO
Dir.: Zélia Monteiro. Intérpretes-criadores: Donizetti Mazonas, Lú Favoreto, Melissa Bamonte e outros. Dir. musical: João de Bruçó. Intervenção musical: Sandra Ximenez. 50 min. Livre.
No espetáculo, a improvisação é matéria poética. Procurando o instante desestabilizador que provoca variações em nossas ações habituais, desorganiza nossa relação com o mundo e cria novos percursos, deixando entrever as fronteiras entre gesto e contexto.
/ Sala Paissandu. Dia 8, 20h
SILENCIOSAS: REVOLVER-ROAD
Dir. e concepção: Diogo Granato. Intérpretes: Xica Lisboa, Nathalia Catharina e Gisele Calazans. 60 min. Livre.
Baseado nas faixas dos álbuns Revolver e Abbey Road, dos Beatles, o grupo de improvisação-dança-teatro apresenta espetáculo repleto de referências ao universo pop e cult de forma bem-humorada.
/ Sala Paissandu. Dia 9, 20h
J. GARCIA E CIA.: UM CONTO IDIOTA
Dir. geral, concepção e coreografia: Jorge Garcia. Com Beto Amorim, Cynthia Domenico, Henrique Lima e outros. Trilha sonora: Aguinaldo Bueno. 75 min. 16 anos.
Inspirado no universo dos palhaços do início do século 20 e no cinema mudo, o espetáculo revela a simplicidade dos gestos, das ações e dos sentimentos, abordados de forma minimalista.
/ Sala Paissandu. Dia 10, 20h
CIA. DANÇAS: Q
Dir.: Roberto Lage. Coreografia: Claudia de Souza. Concepção de ambos. Com Claudia de Souza, Cristiana de Souza, Junior Gonçalves e outros. 50 min. Livre.
Espetáculo que aborda a constante troca de calor que comanda a dinâmica das relações interpessoais. Fatores como contato, mudanças de temperatura e histeria nascem de uma investigação corporal cujo foco é a maneira como o ser humano se comporta diante da sensação e das manifestações do calor.
/ Sala Paissandu. Dia 11, 20h
CALEIDOS: COREOLÓGICAS V
Dir. e concepção: Isabel Marques. Intérpretes-criadoras: Luciana Nunes, Sheila Alvarenga, Samanta Roque e Renata Baima. Trilha sonora original: Rogério Rochlitz. 60 min. Livre.
Há 12 anos, a Cia. desenvolve o Projeto Coreológicas. Este espetáculo aborda diferentes temas sobre movimento sugeridos por Rudolf Laban de forma artística e lúdica. Durante a apresentação, o público é convidado a assistir e também a participar.
/ Sala Paissandu. Dia 12, 16h
CIA. VIGA DE DANÇA: LUGAR DE SARAH OU QUALQUER COISA QUE A SENHORA QUISER
Dir. e criação: Sônia Lopes Soares. Concepção: Sônia Lopes Soares e João Miguel. Intérpretes-criadoras: Sônia Lopes Soares e Tatiana Guimarães. Trilha sonora: Érico Theobaldo. 50 min. Livre.
Espetáculo/instalação em que as intérpretes interagem com vários objetos cênicos. Circular, a coreografia começa dentro de um foco de luz e, a partir dele, figuras se movem, crescendo até tomar todo o espaço, revelando um corpo fragmentado.
/ Esta coreografia, excepcionalmente, não será encenada na Galeria Olido. Espaço Viga Cênico. Rua Capote Valente, 1.323, Pinheiros. Telefone: 3801-1843. Dia 13, 20h
CIA. REPENTISTAS DO CORPO: CORDEL ENCORPADO
Dir., concepção e coreografia: Sérgio Rocha. Com Cláudia Christ, Júlio Romero e Sérgio Rocha. 60 min. Livre.
A coreografia investiga o universo lúdico-poético da literatura de cordel. Como se fossem repentistas do corpo, os dançarinos interpretam trechos de obras famosas, entre elas As receitas de prodocopéia, de J. Barros; e O trabalho da mulher, de José Costa Leite. Figurinos e adereços foram inspirados nos bonecos de cerâmica do artesanato nordestino.
/ Sala Paissandu. Dia 14, 20h
MARCOS SOBRINHO: O ILHA
Dir., concepção e dramaturgia: Marcos Sobrinho. Criadores-intérpretes: Pin Nogueira, Paula Grinover, Ricardo Barretto e Marcos Sobrinho. Pesquisa sonora: Sergio Villafranca. 60 min. 14 anos.
A obra do artista plástico José Leonilson (1957-1994) é o ponto de partida para este espetáculo de dança contemporânea que aborda questões relacionadas à identidade. Os personagens são definidos como “ilhas” que se agregam e desagregam dos corpos, na medida em que esses passam por experiências de isolamento.
/ Sala Paissandu. Dia 15, 20h
NÚCLEO OMSTRAB: QUASE TUDO
Dir.: Fernando Lee. Com Alex Martins, Fernando Lee, Marcio Greyk e outros. 60 min. Livre.
Dentro do conceito de integração de linguagens, o espetáculo apresenta uma coletânea de trechos selecionados dos seis espetáculos do repertório da companhia, que compuseram o projeto Plataforma Omstrab. Além desses segmentos, a apresentação inclui alguns quadros do início da pesquisa do novo trabalho Diários de viagem, com estréia prevista para 2009.
/ Sala Paissandu. Dia 16, 20h
CIA. DE TEATRO E DANÇA MARIANA MUNIZ: PARANGOLÉS
Dir. e concepção: Mariana Muniz. Bailarinos-intérpretes: Bárbara Faustino, Danielli Mendes, Mariana Muniz e outros. Música: Celso Nascimento e Ricardo Severo. Música ao vivo: Celso Nascimento. 60 min. Livre.
Espetáculo que é resultado do cruzamento do conceito parangolé (tipo de capa/estrutura que, ao abrigar e integrar os corpos, mostra suas cores, formas, texturas e grafismos), da obra do artista plástico Hélio Oiticica, com a dança contemporânea.
/ Espetáculo de rua. Dia 17, 17h
BABADO DE CHITA: SAIANDO
Dir.: Jorge Balbyns. Dramaturgia: Valeria Cano Bravi. Dir. musical: maestro Lincoln Antônio. 60 min. Livre.
Espetáculo baseado na pesquisa de campo sobre figuras femininas relevantes dentro de suas comunidades. Neste cotidiano estão presentes danças tradicionais nas quais a saia tem papel expressivo. Vencedor do Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança em 2006.
/ Sala Paissandu. Dia 19, 19h
CIA. PERDIDA – NÚCLEO DOIS CORPOS: ANTES DA QUEDA
Dir. e concepção: Juliana Moraes. Intérpretes-criadoras: Carolina Callegaro, Isabel Monteiro, Juliana Moraes e Maristela Estrela. Trilha sonora: Jonas Tatit. 50 min. 14 anos.
Estréia do espetáculo inspirado nas fotografias da artista americana Francesca Woodman que se autofotografou entre os 13 e 22 anos de idade, antes de cometer suicídio.
/ Sala Paissandu. Dia 21, 20h
ESPAÇO VIVER: URUTU BRANCO E COBRA VOADEIRA
Dir.: Hélio Cícero. Concepção: Zé Maria. Com Zé Maria, Ana Lacombe, Cícero Mendes e outros. 60 min. Livre.
Terceiro episódio do espetáculo Era infinitamente maio, trilogia concebida por Zé Maria, que se baseia na obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa. Nesta passagem, obra em rubro, o herói sofre constante metamorfose até chegar às questões espirituais simbolizadas pela “cobra voadeira Urutu Branco”.
/ Sala Paissandu. Dia 22, 20h
KEYZETTA E CIA.: PODE-SE APOSTAR QUE O HOMEM DESAPARECERÁ COMO UM ROSTO DE AREIA NO LIMITE DO MAR
Key Zetta e Cia.. Dir. e coreografia: Key Sawao e Ricardo Iazetta. Intérpretes-criadores: Daniel Fagundes, Eliana de Santana, Key Sawao e Ricardo Iazetta. 50 min. Livre.
Projeto realizado pelo Programa de Fomento à Dança 3ª Edição /SMC. Na coreografia, o homem é o centro da ação.
/ Sala Vermelha. Dia 23, 20h
OFICINA: AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA DO PROGRAMA DE FOMENTO À DANÇA
Coord.: Roberto Vilela.
Tendo por base os resultados de uma pesquisa de avaliação do Programa de Fomento à Dança realizada com os próprios grupos contemplados, a oficina pretende elaborar propostas que contribuam para a melhoria e desenvolvimento do Programa.
/ Sala Paissandu e Salas de Ensaio. Dia 24, 17h
P.U.L.T.S. – TEATRO COREOGRÁFICO: ÍNDICE DOS PRIMEIROS VERSOS
Dir., concepção e coreografia: Marcelo Bucoff. Intérpretes: Larissa Miwako, Cida Sena e Natalia Fernandes. Trilha sonora: Rafael Agra. 50 min. Livre.
Estréia de espetáculo que alia pesquisa de movimento e experimentação no campo das artes plásticas, poesia, audiovisual, arte circense e música. A coreografia propõe explorar o conflito poético entre emoção, sensibilidade e técnica.
/ Sala Paissandu. Dia 25, 20h
CIA. DRUW: LÚDICO
Dir., concepção e coreografia: Miriam Druwe. Intérpretes-criadores: Miriam Druwe, Adriana Guidotte, Tatiana Guimarães e outros. Atriz convidada: Luciana Paez. Trilha sonora: Fábio Cardia. 60 min. Livre.
Espetáculo de dança infanto-juvenil inspirado nas obras do pintor russo Wassily Kandinsky.
/ Sala Olido. Dia 26, 16h
São Paulo: 01/10 - A bailarina e coreógrafa Carmen Gomide apresenta Corpo Erótico
DANÇA / ÚNICA APRESENTAÇÃO / GRÁTIS
EM 01 DE OUTUBRO, A BAILARINA E COREÓGRAFA CARMEN GOMIDE APRESENTA O PREMIADOCORPO ERÓTICO DENTRO DA 2ª MOSTRA DO FOMENTO À DANÇA, NA GALERIA OLIDO, COM ENTRADA GRATUITO
Para Carmen Gomide, "No mundo moderno, o erotismo foi substituído por uma pornografia que lida com imagens explícitas e que imprime rapidez na sexualidade e nos relacionamentos entre as pessoas. O tempo erótico, ao contrário, não tem pressa, está entregue a uma busca que é da celebração do prazer puro e simples".
2ª MOSTRA DO FOMENTO À DANÇA
Em sua segunda edição, a Mostra de Fomento à Dança reunirá a diversidade de estilos de 24 trabalhos das companhias contempladas pelos 2º e 3º Editais do Programa. A festa de abertura, no próximo dia 30 de setembro, será marcada pela aula-espetáculo que Antônio Nóbrega faz na Galeria Olido (av. São João, 473, República), às 20h. Sempre com entrada gratuita, a mostra vai até o dia 26 de setembro e trará espetáculos para os públicos adulto e infantil além de uma avaliação participativa do Programa Municipal de Fomento à Dança.
A 2ª Mostra do Fomento à Dança é uma oportunidade, tanto para os grupos fomentados quanto para o público em geral, de conferir uma parte significativa da produção de dança contemporânea em São Paulo.
A PESQUISA
Para delinear a coreografia de Corpo Erótico, Carmen buscou penetrar nas camadas que recobrem os seres humanos, trazendo à tona suas características mais profundas e ocultas através do estudo do corpo e na relação com o erotismo, sob diferentes aspectos: como representação significa em relação à evolução da espécie e, nesse sentido, comparativamente a comportamentos humanos além do viés filosófico.
"Trabalhamos com os sentidos, com as sensações, transpondo para a apresentação a comunicação direta entre os estímulos neuro-sensoriais, tal como o uso de uma gramática que desaprendemos com o tempo. Para pesquisar o Erotismo, tivemos que desvendar todo o campo sensorial que é onde esta proposta se insere", pontua Carmen.
A COREOGRAFIA
Partindo de improvisações registradas em vídeo e da observação do material iconográfico, foram selecionadas as características que ajudaram na construção de um corpo capaz de exprimir parâmetros próprios e construir uma narrativa a partir desses elementos, não como cópia, mas como linguagem. O desenvolvimento da dramaturgia esteve calcado na observação constante do cotidiano em que vivemos, decifrando e revelando a simplicidade e, ao mesmo tempo, a complexidade do erotismo no ser humano e da troca que acontece nas relações sob esse ponto de vista.
"A construção da coreografia se deu a partir da constatação de que já temos um corpo que se construiu na nossa vida cotidiana e, a partir dos treinamentos que realizou, já possui um repertório de experiências", conta Gomide. Corpo Erótico valoriza essa experiência e se deixa contaminar por esse universo impactante da obra de Lucian Freud que, para ela, dialoga com as questões do erotismo propostas por Bataille.
CARMEN GOMIDE
Bailarina, coreógrafa e pesquisadora em dança contemporânea e performance art. formada em Comunicação e Artes do Corpo pela PUC de São Paulo. Estudou como bolsista no Joffrey ballet em Nova Iorque. Atuou profissionalmente como bailarina do Balé da Cidade de São Paulo de 1988 a 1990; Balé Opera Paulista de 1991 a 1993;Parsifal ,obra do diretor Jorge Takla e Aulis, com direção de Celso Fratesqui e Elias Andreato.
Em 2008, Carmen foi convidada para tornar-se membro do "Conselho Internacional de Dança da Unesco - CID 11223"
LUCIAN FREUD
Exilado da Alemanha em 1933 por causa no nazismo, o trauma das guerras marcou sua obra, tendo ele afirmado que a ruína era a essência de sua pintura: a decadência do corpo humano. Por trás de modelos definidos perpassa algo invisivelmente repulsivo. Não apenas pessoas, mas interpretações de pessoas. São "personas", pois ele vê além dos modelos. Sua família emigrou para a Inglaterra em 1933 e ele obteve cidadania britânica, quando seu avô e parentes também emigraram para esse país em 1938. Freud é um dos artistas britânicos mais famosos, considerado como um dos expoentes contemporâneos da pintura figurativa.
A primeira sensação causada pela sua obra é a da força, da intensidade e da singularidade do humano. Um olhar, um rosto, uma vida. Existe uma qualidade paradoxal no trabalho de Lucian Freud, uma requintada ironia face ao hermetismo pictórico modernista. A evolução dos retratos nus de Lucian Freud acentuará a estranheza, a imobilidade e o desconforto dos sujeitos retratados em espaços despojados e recorrentes. Esse persistente olhar sobre a nudez humana, visivelmente interessado na crueza do corpo, no impacto das formas e volumes, no choque do corpo extremo, tem a sua declinação mais tocante na série única e sem precedentes dedicada a Lucie, mãe de Freud, rosto incontornável de expressão de fr agilidade e nudez, embora em todos os seus retratos ela se apresente vestida, com um toque extraordinário de ordem e pudor.
CORPO ERÓTICO,
Local: Galeria Olido - Sala Paissandu
Capacidade: 160 lugares
Dia: 01 de Outubro (quarta-feira)
Horário: 20 horas
GRÁTIS
Endereço: Avenida São João, 473 - Centro - São Paulo - SP
Idade: 12 anos
Telefone: 3331-7703
Estacionamento: Trevo São João 597
FICHA TÉCNICA: Concepção, criação, interpretação: Carmen Gomide; Concepção de figurino e iluminação e co-produção: Carmen Gomide; Direção: Mariana Muniz; Fotografia: Silvia Machado; Operação da grua: Ronaldo Silva; Operação de luz: Celso Marques; Operação do som: Fernando Mastrocolla; Trilha Sonora: Livio Tragtenberg; Vídeo: Wiland Pinsdorf; Assessoria de Imprensa: Marra Assessoria de Comunicação Ltda; Produção: José Renato F. Almeida.
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