Estadão publicou
Marina Semenova, lendária bailarina clássica da época soviética, morreu em sua casa aos 102 anos
09 de junho de 2010 | 19h 47
A bailarina Marina Semenova, que se manteve sempre afastada da imprensa
MOSCOU - A russa Marina Semenova, lendária bailarina clássica da época soviética, morreu em sua casa aos 102 anos, anunciou nesta quarta, 9, o célebre teatro Bolshoi de Moscou, e divulgou a agência France Press.
"O Bolshoi, como todos os representantes do balé russo choram" a morte de Marina Semenova, declarou o diretor geral do teatro, Anatoli Iksanov, segundo a agência RIA Novosti. "Uma legenda que escreveu as melhores páginas do Bolshoi se foi. Até os últimos instantes de sua vida, Marina Semenova foi fiel ao Bolshoi, onde brilhou como primeira bailarina", disse.
Nascida em 1908, Marina Semenova iniciou sua carreira em Kirov, que se Converteu no teatro Mariinsky de São Petersburgo. Quando apareceu pela primeira vez diante do público em 1925, no balé "La Fuente" de Leo Delibes, compositor francês, Marina Semenova impressionou os espectadores.
Cinco anos mais tarde, entrou no Bolshoi tornando-se rapidamente um ídolo do público moscovita. La bailarina se destacou no Lago dos Cisnes, La Bayardère e Giselle.
Uma incrível força emanava dos personagens que interpretava. Tinha qualidades únicas para uma grande bailarina, era garbosa, magestosa e tinha braços flexíveis e expressivos, segundo o crítico de balé Alexandre Firer, citado por RIA Novosti.
Marina, que foi uma das primeiras bailarinas soviéticas, participou de turnês ao exterior. Em 1935 interpretou Giselle na Opera de Paris, com Serge Lifar, então diretor desta instituição francesa.
Após encerrar sua carreira como bailarina em 1952, Marina dedicou os 50 anos seguintes de sua vida a formar jovens bailarinas no Bolshoi. Em 1975, obteve o título de "artista popular da URSS" e cessou suas atividades aos 96 anos.
O Bolshoi organizou em 2008 um grande festival para celebrar os 100 anos de Marina Semenova. Durante toda sua vida, manteve-se distante da imprensa e quase nunca concedeu entrevistas.