Lisboa, 30 Jun (Lusa) - A artista alemã Pina Bausch, hoje falecida, "foi de uma grande inovação e revolucionou a noção do espectáculo", disse à Lusa o coreógrafo e ex-bailarino Jorge Salavisa.
A bailarina e coreógrafa alemã faleceu hoje aos 68 anos, informou o Tanztheater de Wuppertal, onde desenvolveu grande parte da sua carreira.
"A Pina conseguia fazer coisas absolutamente inacreditáveis", disse Salavisa.
O coreógrafo afirmou que "Pina Bausch era um fenómeno. Influenciou muita gente não só na dança, como no teatro. Há muitos figurinistas influenciados por ela. O lado cénico e aquele non-sense absolutamente lúcido é uma herança que há-de perdurar para sempre", sublinhou.
Jorge Salavisa afirmou à Lusa que Pina Bausch tinha estado já doente, o ano passado, antes de actuar em Lisboa, o que a obrigou a ficar internada em Londres, contra a sua vontade.
O ex-bailarino afirmou que quando actuou em Lisboa, o ano passado, "havia já qualquer coisa nela, um nervosismo, por razões de saúde".
O actual director artístico do Teatro S. Luiz afirmou que "conhecia muito bem" a coreógrafa alemã "dentro do que é possível, porque era uma mulher misteriosa".
"Gostava da noite, era uma boémia, dormia muito pouco. Tínhamos longas conversas", recordou.
O director artístico do Teatro S. Luiz e ex-bailarino afirmou que conheceu Pina Bausch em 1982, e que tratava nesta altura, de voltar a trazê-la a Lisboa em 2011.
A coreógrafa e bailarina actuou várias vezes em Lisboa, quase sempre a convite de Salavisa que reconheceu que Pina Bausch "esgotava casas em tudo que é sítio".
"A última vez que actuou foi no S. Luiz, o ano passado, a fila ia do Teatro à Brasileira 1/8cerca de 500 metros 3/8", disse.
"Há muita gente que tenta segui-la, e há certamente uma influência muito forte, e está a ser muito notada no teatro, performance e dança, mas cada um tem de encontrar a sua própria linguagem".
A bailarina e coreógrafa alemã faleceu hoje aos 68 anos, informou o Tanztheater de Wuppertal, onde desenvolveu grande parte da sua carreira.
NL.
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