quinta-feira, 20 de agosto de 2009

São Paulo: DAS CINZAS


Julianna Santos - Assessoria de Imprensa 
juliannasg@gmail.com  
escreveu   




DAS CINZAS

07 de agosto a 06 de setembro
Sala Renée Gumiel – FUNARTE SÃO PAULO

Invocação

“Das Cinzas” é uma invocação da presença da dançarina e atriz Renée Gumiel para que ela venha imantar com sua energia a sala da Funarte de São Paulo que foi batizada com seu nome no começo de 2009.

Para além de uma homenagem, o que faremos são quinze sessões de encontros entre vivos e mortos.

Esta realização da “Mundana Companhia” é para todos aqueles que, como o ator e diretor Aury Porto, parceiro de cena e amigo de Renée Gumiel, desejam reencontrá-la, e para todos os demais que pretendem, através do teatro e da arte do ator, realizar um encontro com seus mortos.

“Das Cinzas” põe em cena um ator numa dimensão fundamental de sua arte: o de elo de ligação entre os corpos presentes e os seres ausentes. O ator como um médium, um canal entre o aqui agora e o além.


Beckett e Renée

“Das Cinzas” foi concebido a partir do texto “Cinzas” de Samuel Beckett.

A personagem de Renée será vivida por ela mesma e se fará presente através de projeções em vídeo e, sobretudo, através das falas que ela deixou gravadas quando interpretou a mesma personagem entre janeiro e março de 2006 no Sesc Pinheiros, seis meses antes de sua morte e cremação em setembro de 2006, quando ela contava com 92 anos de idade.

Renée Gumiel não decorava textos. Ela gravava suas falas que eram editadas e executadas durante a representação, enquanto ela dançava o sentido delas. As falas que ela gravou para este texto de Beckett estão preservadas e serão reutilizadas nestas apresentações na Sala Renée Gumiel da Funarte-SP. 


O enredo

No texto “Cinzas”, o personagem Ada (Renée Gumiel) está morta e o personagem Henry (Aury Porto), marido de Ada, está vivo.

No começo da história Henry tenta se comunicar som seu pai, chamando-o, apesar de ele mesmo não saber se seu pai está morto ou não. O pai de Henry atende ao chamado, aparece, mas não conversa com o filho. Depois de se exasperar com a presença muda de seu pai, Henry chama Ada, que vem ao seu encontro e trava com o marido um diálogo sobre sua antiga vida familiar, seus desejos de vivos, e sobre o inevitável destino humano que é a morte.

Para Ada a morte é uma questão bem resolvida enquanto que para Henry o apego à vida o faz sofrer com a proximidade e a inevitabilidade da morte.

Um monólogo?

“Das Cinzas” tem um personagem vivo em busca de diálogo com personagens mortos. O personagem morto que aceita a conversa se exprime verbalmente e trás para o encontro pontos de vistas claros que, em muitas passagens, contrastam com as visões do personagem vivo. Isso, portanto, não é um monólogo.

“Das Cinzas” é um NÃO monólogo.

Este trabalho nasce de um desejo de diálogo tamanho que faz o ator, tal qual o personagem do texto de Beckett, chamar até mesmo os mortos para uma conversa. Já que tanto para Henry como para Aury o diálogo entre os vivos está reduzido a uma seqüência de monólogos em que cada um de nós experimenta ter a atenção de todos voltada somente para si, para poder, no maior tempo possível falar o maior número de palavras que nos couber. Assim exercitamos nosso narcisismo e ainda recebermos um troco por isso.

Sintoma desse horror ao diálogo em nosso tempo é o número de encenações de monólogos que tomou conta da cena teatral brasileira nos últimos anos. E a economia é usada como justificativa deste sintoma sem que nos demos conta que esta economia é na verdade o algoz dessa situação.  Ou nos damos conta e cinicamente acreditamos que essa situação é fatal, só nos restando tirar proveito dela. 


A Companhia

A “Mundana Companhia” com “Das Cinzas” faz sua segunda realização.

Esta companhia de teatro nasceu em 2007, da união entre os atores Aury Porto e Luah Guimarãez e teve na adaptação teatral da novela “A Queda” de Albert Camus sua primeira realização.

Agora, com a incorporação da produtora Marlene Salgado, a “Mundana Companhia” parte para mais uma realização ao mesmo tempo em que estamos fazendo a pré-produção da montagem teatral do romance “O Idiota” de Dostoiévski que tem estréia prevista para o começo de 2010.

Faz parte do ideário da “Mundana Companhia” o constante cruzamento com artistas de diversas formações e agrupamentos. Pelo princípio da mundanidade esta Companhia não tem no seu quadro um diretor fixo. Assim “A Queda” e “Das Cinzas” têm direção de Aury Porto, enquanto que “O Idiota” terá direção de Cibele Forjaz.

 
Ficha Técnica

Texto: Samuel Beckett
Tradução: Beto Mainieri
Direção: Aury Porto
Assistente de Direção: Ivan Andrade
Intérprete ao vivo: Aury Porto
Intérprete Voz e Imagem: Renée Gumiel
Intérpretes Outras Vozes: Paulo César Peréio, Danilo Tomic, Sofia Tomic
Figurino: Beto Mainieri
Sonoplastia e Operação de Som: Ivan Garro
Iluminação e Operação de Luz: Ricardo Morañez
Vídeo: Pedro Dacosta Lyra, Marília Halla e Oswaldo Sant’Anna.
Programação Visual: Pedro Dacosta Lyra
Fotos: Lenise Pinheiro
Produção: Marlene Salgado e Aury Porto
Realização: Mundana Companhia

Serviço

Peça: Das Cinzas
Local: Sala Renée Gumiel – FUNARTE SÃO PAULO
Endereço: Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo-SP
Telefone: (11) 3662-5177 
 www.funarte.gov.br
Capacidade da Sala: 80 lugares
Temporada: de 07 de agosto a 06 de setembro de 2009
                   Sextas e Sábados às 21:00 e Domingos às 20:00
Duração: 80 minutos
Gênero: Drama
Classificação etária: 14 anos
Ingresso: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
A bilheteria abre 1 hora antes do início do espetáculo
Reservas para grupos através do telefone (11) 3662-5177

Assessoria de Imprensa:
Julianna Santos
JS Comunicação e RP 
11 32577841/ 9100 2540
Skype: js.comunicacao