“POR QUE TENHO ESSA FORMA?”
É preciso fazer desfazendo, pois o presente está sempre ultrapassado ou sempre no próximo instante (Alberto Giacometti)
De 26 a 30 de agosto, o Centro cultural São Paulo recebe a reestreia gratuita do espetáculo Por que tenho essa forma?, concebido e dirigido pela bailarina e professora Zélia Monteiro. A premiada coreógrafa trabalhou com Klauss Vianna por oito anos e seu processo criativo para esta obra partiu do conceito de que o movimento de um corpo é a representação do próprio tempo e espaço no qual se está inserido. Sentir o ambiente, o chão e a luz, entre outros elementos, faz parte, tanto do aquecimento dos artistas, quanto do próprio espetáculo.
Por que tenho essa forma? buscou argumentos na palestra “Instante, a essência do tempo”, exclusivamente ministrada pelo Professor de Fenomenologia Existencial da PUC, Nichan Dichtchekenian, para o Núcleo de Improvisação. O palestrante prega que o instante é um momento isolado da criação e que, originalmente, não possui continuidade. Assim, constata que a continuação é a expressão de um trabalho, uma insistência, e não uma condição primordial do nosso existir. Trechos da aula do professor foram utilizados como trilha sonora, que são demonstrados através da movimentação dos bailarinos. Como a inserção das músicas pauta a coreografia, e vice-versa, e ambos são baseados na improvisação, cada espetáculo é único, não se repete nem em gestos, nem musicalmente.
A diretora musical, Sandra Ximenez, escolhe as canções de acordo com a movimentação no palco e com suas próprias sensações e percepção do espetáculo. Em dados momentos, ela mistura sua voz, sanfona, alguns pequenos instrumentos de percussão e, também, a difusão de música pré-gravada, via operação de CDs. Entre estes, estão produções de seu parceiro, Felipe Julián. Também utiliza álbuns de músicos parceiros, como o Projeto B e o Coração Quiáltera. Fora isso, ainda podem aparecer algumas peças de música erudita mais clássica e, principalmente, de música erudita contemporânea e música eletroacústica.
Trabalhando essa proposta, o espetáculo de Zélia Monteiro busca esse instante, com movimentos ora continuados, ora bruscamente interrompidos. Toda a apresentação é improvisada. As coreografias são desenvolvidas durante o espetáculo, visando casar com os ritmos escolhidos por Sandra Ximenes, diretora musical. Estes vão do instrumental clássico à percussão, feita pela própria, de acordo com o desenrolar da dança, tal como a iluminação.
Quem é Zélia Monteiro
Bailarina e professora desde 1977, Zélia Monteiro estudou dança clássica com Maria Melô (do la Scalla de Milão) e tornou-se sua assistente em 1985. Trabalhou por oito anos com Klauss Vianna, de quem também foi assistente. Participou de seu grupo de pesquisa e criação e a partir dessa experiência intensificou seu trabalho no sistema didático criado por ele, realizando trabalhos pelos quais foi premiada em 1987 (APCA), 1988 (Lei Sarney) e 1992 (APCA). Em 1993 recebeu a Bolsa Vitae de Artes para pesquisa coreográfica realizada em Paris. Deu aulas regulares de consciência corporal no studio La Fonderie, de dança clássica para crianças e adolescentes na Mairie du 20ème. Em abril de 2006 recebeu o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna da Funarte, para realização de pesquisa. Em dezembro de 2006 recebeu o Prêmio PAC Circulação, da Secretaria de Estado da Cultura (SP), para tournée de espetáculo. Em 2007 recebeu o Prêmio Fomento à Dança, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Serviço
Por que tenho essa forma?
Ficha Técnica
Coordenação Geral, Direção Artística e Preparação Corporal: Zélia Monteiro
Orientação dramatúrgica: Valéria Cano Bravi Iluminação: Hernandes de Oliveira Música: Sandra XimenezFigurinos: Angélica Chaves (Casa Romilda) Artistas criadores: Donizeti Mazonas, Mel Bamonte, Rodrigo Leão do Norte, Suiá Burger Ferlauto, Vitor Vieira e Wellington Duarte Produção: Mônica Bammann Estagiário de produção: Talita Bretas Produção visual: Suiá Burger Ferlauto e Vitor Vieira Fotos: Angélica Chaves, Hernandes de Oliveira e Vitor Vieira Design gráfico: Maialu Burger Ferlauto Integrantes do Núcleo de Improvisação: Beth Bastos, Donizeti Mazonas, Hernandes de Oliveira, Lu Favoreto, Mel Bamonte, Mônica Bammann, Rodrigo Leão do Norte, Sandra Ximenez, Suiá Burger Ferlauto, Valéria Cano Bravi, Vitor Vieira, Wellington Duarte e Zélia Monteiro Professores convidados: Luciana Gandolfo e Helena Ciampollinni e Daniel Lepkoff Agradecimentos: Cássia Navas, Lu Favoreto, Felipe Julian, Professor Gilberto Mendes, Professor Nichan Dichtchekenian, Paulo Schuartz, Silvia Geraldi, Gisela Moureau.
Realização:
Prefeitura da Cidade de São Paulo
Secretaria Municipal de Cultura
DEC – Departamento de Expansão Cultural
Programa Municipal de Fomento à Dança
Cooperativa Paulista de Teatro
Núcleo de Improvisação
Apoios:
Curso de Dança da Universidade Anhembi Morumbi / PUC – Curso de Comunicação das Artes do Corpo / Sala Crisantempo / TD - Teatro de Dança / SESC Consolação / CEU Quinta do Sol / CEU Cidade Dutra / Galeria Olido / Centro Cultural São Paulo
Centro Cultural São Paulo / Sala Jardel Filho - De 26 a 30 de agosto de 2009
Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade – São Paulo /SP - Tel.: 3397 4002
Quarta a sábado às 21h, e domingo às 20h
Lotação: 324 lugares - Entrada Franca - Retirar ingresso com uma hora de antecedência
Duração: 50 minutos Classificação: Livre
Informações para imprensa:
Canal Aberto Assessoria de Imprensa
Márcia Marques - (11) 3798 9510 / 2914 0770/ 9126 0425