quinta-feira, 24 de maio de 2012

São Paulo: Interlocuções Poéticas, na Funarte, envolve os bairros de Santa Cecília, Barra Funda e Bom Retiro


Canal Aberto - Márcia Marques
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Interlocuções Poéticas” ocupa Funarte, estreita relações entre público/artista e mostra tendências da dança contemporânea

O “INTERLOCUÇÕES POÉTICAS” acontece no Complexo Cultural FUNARTE/SP de 25 a maio a 30 de setembro de 2012 e traz uma série de espetáculos de dança, performances, intervenções, oficinas, workshops, debates, saraus, entre outras atividades.  Sob coordenação geral de Solange Borelli, da Radar Cultural – Gestão e Projetos, o “Interlocuções”, tem como foco principal a formação de público para a dança contemporânea apresentando diversas companhias de dança de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, ocupando os espaços da Funarte com uma programação especial, com o objetivo de estabelecer um diálogo entre os artistas,  o espaço urbano  e as pessoas que vivem no entorno da região onde se instala a Funarte.

Dividido em três programas ao longo de 2012, o projeto completo contempla ainda oportunidades para residências artísticas, mostras de processos criativos, palestras, fóruns, exposições e espaços de convivência. Tudo dentro do complexo da Funarte. “A ideia para construir este projeto partiu do desejo de agregar artistas cúmplices do desejo de resgatar o potencial cultural da região central e os bairros circundantes (Santa Cecília, Barra Funda e Bom Retiro), a fim de que a comunidade que ali se instala assuma uma relação afetiva com o espaço público dentro de um conceito de `sentido de pertencimento´, conferindo-lhe uma identidade que também faz com que ela se reconheça como `comunidade´, estimulando o exercício da cidadania num profundo senso de lugar e continuidade histórica”, diz Solange Borelli.
Não se trata apenas de uma programação que contemple as necessidades de cada companhia envolvida de divulgar seus trabalhos. Trata especialmente de trazer à cena artistas que tenham em seu projeto poético a ideia de dança como estado de encontro, assumindo em seu fazer artístico a dimensão relacional, buscando modelar universos possíveis, em uma experiência em que a ética não está dissociada da estética. Um fenômeno que só acontece em um espaço-tempo compartilhado entre artistas e espectadores. “Isso tudo é consequência das pesquisas que venho desenvolvendo sobre a dinâmica das companhias de dança da cidade de São Paulo e também de tudo que experiencio enquanto militante e observadora das políticas públicas para a dança nas esferas municipal, estadual e federal. Um projeto que venho amadurecendo há dois anos, e agora terá a sua concretude”, completa Solange.


Esta iniciativa contempla a participação de artistas independentes, companhias de dança nacionais e internacionais, pesquisadores, agentes culturais, multiplicadores, estudantes de artes e demais interessados. Intenciona agregar coletivos de artistas da dança que enveredam por uma estética em que, no discurso dramatúrgico, estão evidenciadas as interfaces com outras expressões – circo, teatro, literatura, cinema, artes e as novas tecnologias - oportunizando a troca mútua de experiências entre artistas de origens e formações distintas. “Assim, estaremos conhecendo melhor os diversos modos de produção em dança, como cada companhia e seu projeto artístico se articulam internamente; como a autonomia se estabelece frente ao modo tão peculiar de organização de cada núcleo artístico, entre outras questões que permeiam esse universo”, pontua Solange.

A essência do projeto tem como referência a filosofia do curador, ensaísta, crítico de arte Nicolas Bourriaud, considerado um dos filhos pródigos da arte contemporânea francesa: a “estética relacional”, a arte contemporânea circunscrita na esfera das interações humanas e seu contexto social. “Estamos abrindo espaço para novas produções e também convidando artistas para pensarmos juntos nos diálogos que podemos estabelecer com o público e com a sociedade em geral. Queremos muito que as pessoas passem a olhar e frequentar o espaço público de forma diferenciada. Não apenas como `meros consumidores de cultura´, mas principalmente como `fazedores da cultura´. Para isso, organizamos oficinas de dança especialmente voltadas para o público que mora na região”, diz Solange Borelli.
Dentro desta perspectiva, o Interlocuções Poéticas” pretende promover o fomento e a difusão da dança, a interação e o diálogo entre as poéticas e as estéticas contemporâneas, a formação de público, a recepção e a fruição da obra de arte e a criação de novas redes de interlocução envolvendo artistas, produtores e pesquisadores. Para esta interação, alguns artistas articuladores serão selecionados e passarão por capacitação dentro de um Grupo de Estudos que objetiva aprofundar nas questões que envolvem um dos dilemas da dança contemporânea: a formação de público.

A idealizadora do projeto e coordenadora geral, Solange Borelli, planeja para a última parte da programação uma Mostra Latino Americana de Dança e o 2º Fórum de Dança e Sustentabilidade, uma forma de pensar a dança além dos editais. Outra novidade que também está nos planos ainda para este ano dentro do “Interlocuções Poéticas”, que vai até setembro de 2012, é a realização da `Roda de Negócios Culturais´, espaço  que agregará artistas, produtores e programadores de várias regiões do país e fora de também. Trata-se de realizar um encontro para difundir a oferta artística brasileira, facilitando assim a oportunidade de circulação das produções de dança nos mercados nacionais e internacionais, dessa forma, inaugurar a relação da dança com a economia.

Programação da 1ª Etapa do Projeto:

25 maio de 2012, sexta-feira, 19h30
SOLENIDADE DE ABERTURA seguida da apresentação do espetáculo ‘REDE’ da CIA. DANÇAS CLAUDIA DE SOUZA (SP) Duração de ‘Rede’: 40 minutos, livre




Sinopse: O espetáculo ‘REDE’ traz à cena trechos das obras Pares, Sete e a mesa, Dimensão oculta e Sons, incorporando novos elementos cênicos, outros significados, outras formas de ver e sentir. Adentrando no espaço lúdico do jogo coreográfico, cria porosidades,possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre os intérpretes. ‘Redes’ não é e nem pretende ser uma outra forma de estrutura, mas quase uma ‘não estrutura’, no sentido de que parte de sua força está na habilidade de se fazer e desfazer rapidamente. Com isso uma nova trama se instaura e se inscreve na temporalidade presente.
Ficha técnica: Concepção: Claudia de Souza Intérpretes: Claudia de Souza, Cristiana de Souza, Ítalo Ramos, Yeda Peres, Fabiana Villas Boas, Alessandra Fioravanti, Kleber Santos, Rafael Abreu e Júnior Domingos Pesquisa Musical: Claudia de Souza Projeto de Luz: Décio Filho Direção de Produção: Solange Borelli – Radar Cultural Gestão e Projetos

26 de maio, 19h e 27 de maio, 18h



Duo para dois perdidos
DUAL CENA CONTEMPORÂNEA E COLETIVO MR (SP) - Duração: 25 minutos, livre
Sinopse: Baseado no universo de “Dois Perdidos numa noite suja” de Plínio Marcos, o trabalho aborda a relação entre dois amigos que dividem uma existência miserável, convivendo num ambiente degradado, sujo e esquecido. Apóiam em uma amizade o que resta de doce em suas almas, surradas pela dificuldade encontrada no dia-a-dia de um grande centro urbano. Os corações são sujos, as roupas estragadas, os amores pérfidos, os sonhos interditados. A vida segue sempre na mistura de pó de asfalto, fedor, e fuligem. Bandidas, ladras e putas, as duas almas perdidas têm só uma à outra. As circunstâncias criaram, porém, uma amizade singular. Um segurando à vida do outro, para não tombar na próxima esquina.
Ficha Técnica: Concepção e direção: Ivan Bernardelli Interpretes criadores: Helio Feitosa e Ivan BernardelliTrilha: Dê Portella Figurino: Helio Feitosa e Ivan Bernardelli Arte: Ivan Bernardelli Fotos: Alícia Peres Produção: Mônica Augusto

26 de maio, 19h45 e 27 de maio, 18h45m




Mundo renovado
SAMAÚMA CIA. DE DANÇA (SP)
Inspirado na obra de Manoel de Barros, “Mundo Renovado” traz a cena uma proposta de valorização da relação homem/natureza, (se é que podemos chamar assim se entendemos que um faz parte do outro). Não se trata de um espetáculo “ecologicamente correto”, apenas reflete a necessidade de religarmos o home m com a natureza, homem e seu meio (externo e interno) físico e psicológico. Esta proposta vem ao encontro da pesquisa da companhia que é a busca da Poesia Corpórea, onde acreditamos que é possível o bailarino/interprete resgatar a dança em sua essência, em oposição às pirotecnias cênicas ou dramatúrgicas.

31 maio, 1 e 2 de junho, às 19h e dia 3 de junho, às 18h




Our Love
COLETIVO INTERMITENTE ABISMO DE SONHOS (SP)http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=16CgIRHUObE
Livremente inspirado na obra homônima de Martin Boyce, é uma reflexão poética, uma provocação sobre o espaço urbano e a viabilização das realizações afetivas, na perspectiva da virtualização das mesmas e consequentes reafirmações das solidões. Parte de células coreográficas, movimentação aberta e ações gestuais para compor um mosaico de encontros e desencontros.
Duração: 40 minutos – Recomendação: 14 anos

31 de maio e 1 de junho, às 19h45m




Dimensão Oculta
CIA DANÇAS CLAUDIA DE SOUZA (SP) http://www.youtube.com/watch?v=k2efv0GWBjk
Dimensão Oculta (2006), dirigido por Claudia de Souza com a Cia. Danças, foi apresentado durante o Semanas de Dança – Públicos do Centro Cultural São Paulo. Inspirado nas ideias de Edward T. Hall, antropólogo americano, o espetáculo explora as relações entre o corpo e o espaço.
Direção: Claudia de Souza | assistente de direção: Cristiana de Souza | direção de produção: Cassia de Souza – sala de produção | elenco: Claudia de Souza, Cristiana de Souza, Gabriel Bueno, Ítalo Ramos, Janaína Castro, Júnior Domingos, Júnior Gonçalves, Kleber Santos e Yeda Peres | fotos: Gil Grossi | iluminação: Décio Filho | operação de som: Yeda Peres | edição de trilha sonora: Lelo Nazário | apoio: Cooperativa Paulista de Teatro, Danças do Mundo.
Duração: 60 minutos

03 junho de 2012, domingo, 18h45





Pares
CIA DANÇAS CLAUDIA DE SOUZA (SP)
Sinopse: “Pares”, busca explorar o rico universo d as danças casais. Não as danças de salão de um modo geral, mas, sobretudo, aquelas danças pares, relativas a ritmos e festas de diversas regiões do país como o samba de gafieira, o baião, o xote, entre outras, dentro do contexto urbano. Dessa dinâmica emerge uma informação fundamental do modo como se desenvolveu o relacionamento afetivo na nossa cultura: a expressão através do contato do toque.
Duração: 60 minutos – Recomendação: Livre

Ficha Técnica do projeto
Idealização do Projeto Coordenação Geral: Solange Borelli Equipe de Produção: Selene Marinho, Dudu Oliveira, Djalma Moura, Michele Karine e Pedro Borelli Assessoria Artística e Condução do Open Space: Marcos MoraesCoordenação Pedagógica do Grupo de Estudos em Formação de Público: Ana Terra e Uxa XavierCoordenação Oficina de Dança Moderna: Claudia de Souza Coordenação Oficina de Dança Contemporânea:Marcos Moraes Coordenação Oficina de Danças Urbanas: Frank Ejara Coordenação Oficina de Danças dos Orixás: Yáskara Manzini Projeto Grafico: Selene Marinho Assessoria de Imprensa: Marcia Marques – CANAL ABERTO Realização: RADAR CULTURAL - Gestão e Projetos

Serviço
FUNARTE: Alameda Nothmann, 1058 Campos Elíseos – São Paulo SP
(Próximo à estação Santa Cecília do Metrô)
Ingressos: $ 10,00 e $ 5,00
Capacidade da sala 70 lugares
Agenda atualizada e informações detalhadas no http:/interlocucoespoeticas.blogspot.com.br ou facebook: Interlocuções Poéticas
Informações e reservas de convites pelo interpoeticas @radarcultural.com.br

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