Luciana Mayumi
escreveu
O Miami City Ballet está com os olhos bem abertos para o talento de bailarinos de Campinas. Terceira maior companhia de dança dos Estados Unidos, a instituição, que já acolheu estudantes de balé de São Paulo e do Rio de Janeiro para temporadas de aperfeiçoamento e conta com um brasileiro em seu corpo de baile, mandou um observador avançado para a cidade. Ricardo Montealegre, dançarino colombiano que responde pela direção administrativa da escola, esteve recentemente na Academia Juliana Omati para reconhecer o terreno e, nas palavras dele — ditas em português quase impecável —, tentar construir “uma ponte cultural entre Campinas e Miami”.
Ainda que em fase inicial, a prospecção que Montealegre veio realizar aqui — após conhecer Juliana Omati por meio da coreógrafa Michele Ghidotti, de São Paulo — promete render frutos. Principalmente porque os bailarinos brasileiros têm características que fascinam profissionais de dança ao redor do mundo, como afirma o diretor. “É um jeito de dançar diferente, é com a alma, diz Montealegre. Os bailarinos brasileiros têm rapidez e soltura (nos movimentos)”, completa.
O Miami City Ballet adota o método Balanchine, que estabeleceu os moldes do balé moderno. Esse método, criado pelo coreógrafo russo George Balanchine (1904-1983), se baseia “em fazer o (movimento) antinatural de um jeito natural”, define o diretor. “É unir as posições com fluidez, não demonstrar posição por posição.” Segundo Montealegre, a técnica criada pelo coreógrafo demanda “rapidez e bravura” dos dançarinos. Portanto, as audições que a escola realiza fora dos Estados Unidos buscam os melhores alunos. “Nós levamos o que está feito e fazemos um aprimoramento.”
Do primeiro contato de Montealegre com Juliana Omati resultou pelo menos um compromisso — o de ajudar o Miami School of Ballet a descobrir dançarinos promissores entre os alunos da academia. “Ele quer que a gente mande vídeos de jovens talentos”, afirma Juliana. “E, em dezembro, ele volta ao Brasil”, diz.
Fundado em 1985 pelos bailarinos Edward Villella e Toby Ansin, o Miami City Ballet inaugurou sua escola, a Miami City Ballet School, em 1993. Ao longo do ano, a instituição recebe alunos de 5 a 19 anos para temporadas de aperfeiçoamento. Há também cursos intensivos de Inverno e Verão para alunos de diferentes faixas etárias, e aulas abertas para adultos de diversos níveis de experiência. A companhia está sediada em Miami Beach, Florida, onde ocupa prédio de 5,4 mil metros equipados equipado com oito salas de aula (sendo que duas delas podem ser combinadas para formar teatro com capacidade para 200 pessoas).
A entidade conta com 55 bailarinos de diversas nacionalidades, que apresentam repertório formado por 88 espetáculos. O orçamento da entidade, que é financiada pelos governos federal e estadual, é de US$ 14,5 milhões para o ano fiscal de 2008/09. Mais informações no site www.miamicityballet.org.
Luciana Mayumi
Bacharel e Licenciada em Dança
Drt.: 12.465]
Visite: www.artescoreograficas.com
ATENÇÃO NOVO EMAIL: luciana@artescoreograficas.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário