Jornal
O Estado de São Paulo
Terça-Feira, 10 de Fevereiro de 2009
Movimentos de reflexão
Livia Deodato
Tente se lembrar quando foi a última vez que você se programou para ir assistir a um espetáculo de dança contemporânea brasileira. Não conte com a desculpa de que a ala masculina da casa tenha torcido o nariz e preferido ir ao estádio de futebol em final de campeonato. Porque a dança não costuma ter ingressos caros, há companhias de qualidade que se dedicam a estudos intensos e os transformam em belos espetáculos e... ainda assim raros são os trabalhos que conseguem lotar as salas da capital durante sua temporada.
Afinal, qual é o problema? Por que essa arte acaba sendo menos popular que o teatro ou o cinema? Seria o caso de julgar a ausência das palavras ou a falta de formação de público? A reportagem do Estado ouviu bailarinos e coreógrafos de grupos com uma boa estrada já trilhada a respeito do tema que provoca debates acalorados, principalmente dentro de universidades dedicadas à compreensão do corpo em movimento. Um dos maiores desafios enfrentados pela classe é conseguir extravasar no palco todo o pensamento desenvolvido em salas de ensaio durante meses, de forma que o resultado não se torne hermético - ou, em se tratando de corpo, "não converse com o próprio umbigo".
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