Estréia sábado, dia 9 de maio, o espetáculo CORTE, do premiado diretor Decio Antunes. CORTE é a mais recente produção da companhia de arte cênica JogodeCena, de Porto Alegre. O espetáculo tem o financiamento parcial do Fumproarte e o Patrocínio do Grupo CEEE, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O espetáculo reúne em seu elenco sete bailarinos, com direção de Decio Antunes, coreografias de Maria Waleska Van Helden, cenografia de Felix Bressan e figurinos deCoca Serpa.
CORTE fundamenta-se nas obras de autores da dramaturgia clássica e contemporânea, enfocando o que trouxeram de questionamento sobre a condição humana em seu tempo e que permanece como centro das discussões contemporâneas.
A exemplo de outras produções dirigidas por Decio Antunes - Mulheres Insones - baseada nas obras míticas e psicológicas de Nelson Rodrigues, e A Casa, baseada em A Casa de Bernarda Alba, de Federico Garcia Lorca - esta criação baseia seu processo artístico na análise de obras da dramaturgia clássica e contemporânea, extraindo delas núcleos dramáticos, imagens poéticas e personagens que serviram de base para estudos de corporeidade, de conexões entre as situações das obras com acontecimentos contemporâneos para compor a partitura coreográfica e cênica.
Silvia Caminha
51 9718-4622
CORTE pretende refletir sobre a história contemporânea naquilo que a caracterizou desde o início: a égide da violência com o ataque ao World Trade Center, que mergulhou o mundo numa era de desconfianças mútuas entre nações e culturas. Controles extremos em nome da segurança promoveram retaliações em países e obscureceram verdadeiras intenções de poder geopolítico; ser imigrante, a simples cor da pele e opção religiosa fez recrudescer a violência gerada pela intolerância e preconceitos; mesmo o Brasil se viu envolvido com o assassinato de Jean Charles num metrô em Londres, suspeito de ser um terrorista.
Anterior a tudo isso, a proximidade do ano 2.000 já acendera e conturbara a imaginação do homem, tornando-o uma espécie de marco divisório do fim ou reinício da aventura humana. Prognósticos místicos do final dos tempos; Bug do milênio; a iminência de uma guerra nuclear pelo descontrole dos computadores; realização de inventários de contradições e contrastes, como a da convivência do mais vertiginoso desenvolvimento tecnológico com o atraso, a permanência da barbárie e da miséria em escala planetária.
Como será o figurino e cenário?
O espetáculo de dança-teatro CORTE, na sua opção estética, trabalha em um espaço arquitetônico diferenciado (Teatro do Museu do Trabalho, adaptado à encenação, cenografia de Felix Bressan e o diretor), tratado como signo dentro da obra, e a que se imprime a busca de uma relação especial palco-platéia, características da produção e pesquisa cênica da JogodeCena nos últimos anos, voltadas para processos artísticos no teatro de dança, performances urbanas e utilização de fontes da dramaturgia no trabalho de composição coreográfica e cênica com o intérprete.
Elenco
Cristina Camps
Fabiane Severo
Graziela Silveira
Maria Albers
Patrick Vargas
Robson Duarte
Stela Menezes