sexta-feira, 12 de junho de 2009

Uberlândia-MG: Baiadô


Baiadô planeja expansão e mais atividades em 2009


Grupo de pesquisa da UFU relançará o CD “Tatudançando” com nova apostila

Lívia Gomide (Repórter)


Jornal Correio de Uberlândia

Atualizada: 22/12/2008 - 19h56min





Mais de 120 pessoas passaram pelo grupo, que não tem limite de idade e mantém sempre inscrições abertas


O Baiadô, grupo de pesquisa e extensão do Laboratório de Ações Corporais do Departamento de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), planeja, em 2009, relançar o CD “Tatudançando”, juntamente com a apostila que traz o histórico das danças e a metodologia de trabalho do grupo.

A obra, realizada em 2003, nasceu de um trabalho de formação continuada com 90 professores da rede pública que participaram de três oficinas simultâneas com atividades de criação de dança, música e percussão. “Naquela oportunidade fizemos a gravação com o repertório de um amigo do grupo, Henrique Menezes, e a apostila. Estamos com o projeto de relançamento que mantém a estrutura, mas sempre traz uma atualização. Haverá uma reelaboração, um aprofundamento e o texto da apostila foi revisto e tem uma nova paginação”, disse Renata Meira, criadora e coordenadora do grupo.


História 

O Baiadô existe há seis anos e hoje é composto por 26 pessoas. São profissionais liberais, estudantes, músicos, psicólogos, moçambiqueiro, umbandista, jovens, idosos, aposentados. Não há limite de idade, religião ou costumes culturais.

Segundo Renata Meira, o interesse tanto dos estudantes do curso de teatro e outros cursos da UFU e de pessoas de fora da universidade em praticar e se aprofundar mais no conhecimento das danças tradicionais e na criação de outras danças fez surgir o Baiadô. “Somos um grupo de criação de dança contemporânea, mas não na dança enquanto linguagem de palco, pois preferimos ruas, praças, festas. A gente tem se apresentado em várias situações e, desta forma, neste contato primeiro corporal, depois verbal, as pessoas se aproximam, até porque uma parte das apresentações é com o público. Propusemos uma dança que é celebrada com as pessoas que assistem. O nosso grupo é aberto para a comunidade, não há período nem limite para inscrições”, disse.

Mais de 120 pessoas já passaram pelo grupo. “Muitas delas têm no seu trabalho e na sua arte influência do que fizemos. São mais de 30 eventos por ano.”


Grupo mistura diversas artes e ritmos


O Baiadô trabalha com ritmos regionais como cacuriá e caroço do Maranhão, ciranda de Pernambuco, coco de Alagoas e se amplia para jongo, um ritmo da região Sudeste, Moçambique que é local e por aí vai. Renata Meira explica que o grupo não reproduz as danças, ele faz o trabalho a partir dela em uma espécie de brincadeira com os ritmos. Parte do repertório do Baiadô é tradicional, criado pelo grupo e por artistas de São Paulo, São Carlos e Maranhão.


Um das principais ações de 2008 foi o projeto chamado “Educadô” que trabalhou com a comunidade em duas frentes: nas escolas e no sistema de saúde mental público. “Oferecemos oficinas no Capes [Centro de Atenção Psicosocial] e hospital psiquiátrico levando para estas pessoas, com a equipe profissional de cada instituição, as danças brasileiras e a criação em dança. Com estes trabalhos qualificamos os baiadores para trabalhar em equipe, dialogar com profissionais da área de saúde, formar educadores e também levamos a dança nestes espaços educativos e de saúde.”

“Educadô” deve ser ampliado no próximo ano


Para 2009, o grupo Baiadô também tem planos de ampliar o projeto “Educadô”, que é um trabalho de aproximação do núcleo da educação do Baiadô com os educadores populares da região visando um trabalho de extensão para a inserção do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas. “Vamos montar um grupo de estudo e de trabalho que vai pensar o ensino das danças populares em espaços formais e não formais. Não vamos ficar somente nas escolas, queremos atender à demanda de toda a comunidade. O trabalho de pesquisa que acontece dentro do curso de teatro da criação e artes cênicas também será foco em 2009.”


SERVIÇO: para quem quer participar do grupo pode comparecer à universidade, no bloco 3M, Santa Mônica, aos sábados, das 14h às 19h, horário dos ensaios. Todas as atividades são gratuitas. Atividades regulares do Baiadô voltam após carnaval. Para acompanhar o trabalho do grupo acesse o site.




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