Grupo de pesquisa da UFU relançará o CD “Tatudançando” com nova apostila
Lívia Gomide (Repórter)
Atualizada: 22/12/2008 - 19h56min
Mais de 120 pessoas passaram pelo grupo, que não tem limite de idade e mantém sempre inscrições abertas
O Baiadô, grupo de pesquisa e extensão do Laboratório de Ações Corporais do Departamento de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), planeja, em 2009, relançar o CD “Tatudançando”, juntamente com a apostila que traz o histórico das danças e a metodologia de trabalho do grupo.
A obra, realizada em 2003, nasceu de um trabalho de formação continuada com 90 professores da rede pública que participaram de três oficinas simultâneas com atividades de criação de dança, música e percussão. “Naquela oportunidade fizemos a gravação com o repertório de um amigo do grupo, Henrique Menezes, e a apostila. Estamos com o projeto de relançamento que mantém a estrutura, mas sempre traz uma atualização. Haverá uma reelaboração, um aprofundamento e o texto da apostila foi revisto e tem uma nova paginação”, disse Renata Meira, criadora e coordenadora do grupo.
História
O Baiadô existe há seis anos e hoje é composto por 26 pessoas. São profissionais liberais, estudantes, músicos, psicólogos, moçambiqueiro, umbandista, jovens, idosos, aposentados. Não há limite de idade, religião ou costumes culturais.
Segundo Renata Meira, o interesse tanto dos estudantes do curso de teatro e outros cursos da UFU e de pessoas de fora da universidade em praticar e se aprofundar mais no conhecimento das danças tradicionais e na criação de outras danças fez surgir o Baiadô. “Somos um grupo de criação de dança contemporânea, mas não na dança enquanto linguagem de palco, pois preferimos ruas, praças, festas. A gente tem se apresentado em várias situações e, desta forma, neste contato primeiro corporal, depois verbal, as pessoas se aproximam, até porque uma parte das apresentações é com o público. Propusemos uma dança que é celebrada com as pessoas que assistem. O nosso grupo é aberto para a comunidade, não há período nem limite para inscrições”, disse.
Mais de 120 pessoas já passaram pelo grupo. “Muitas delas têm no seu trabalho e na sua arte influência do que fizemos. São mais de 30 eventos por ano.”
Grupo mistura diversas artes e ritmos
O Baiadô trabalha com ritmos regionais como cacuriá e caroço do Maranhão, ciranda de Pernambuco, coco de Alagoas e se amplia para jongo, um ritmo da região Sudeste, Moçambique que é local e por aí vai. Renata Meira explica que o grupo não reproduz as danças, ele faz o trabalho a partir dela em uma espécie de brincadeira com os ritmos. Parte do repertório do Baiadô é tradicional, criado pelo grupo e por artistas de São Paulo, São Carlos e Maranhão.
“Educadô” deve ser ampliado no próximo ano
Para 2009, o grupo Baiadô também tem planos de ampliar o projeto “Educadô”, que é um trabalho de aproximação do núcleo da educação do Baiadô com os educadores populares da região visando um trabalho de extensão para a inserção do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas. “Vamos montar um grupo de estudo e de trabalho que vai pensar o ensino das danças populares em espaços formais e não formais. Não vamos ficar somente nas escolas, queremos atender à demanda de toda a comunidade. O trabalho de pesquisa que acontece dentro do curso de teatro da criação e artes cênicas também será foco em 2009.”