quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Fortaleza-CE: Dançando na Escola


Instituto Caleidos

caleidos@caleidos.com.br

escreveu


Amigos e amigas.

Fortaleza deu o primeiro passo,

um exemplo para o país de articulação, compromisso,

competência e vontade política .

Que orgulho.

 

Gde abraço,

Isabel Marques

Caleidos/SP



Primeiros passos

Começam hoje, 8, as aulas do programa Dançando na Escola, ação que levará o ensino gratuito da dança para cerca de 1.600 crianças. 21 escolas públicas de Fortaleza serão contempladas


Elisa Parente 
08 Set 2009 - 01h51min




“Dançar era um sonho. Desde os três anos de idade que eu sempre soube que queria ser bailarina. Eu via na TV os filmes da Barbie e queria dançar aquilo também”, conta, ansiosa, a estudante Leuda Maria Silva, de 12 anos. Aluna do 6º ano da Escola Padrão Luxou, na Praia do Futuro, Leuda fará parte do projeto Dançando na Escola, que entra em ação hoje, 8, em 21 escolas públicas municipais. 


Unindo parceria entre a Vila das Artes e as Secretarias Municipais de Cultura e Educação e a Associação dos Bailarinos, Coreógrafos e Professores de Dança do Ceará (Prodança), o programa levará para cerca de 1.600 crianças, com idades entre 6 e 13 anos, o contato direto com a arte do movimento. “Iniciar os alunos da escola pública municipal no universo da arte através da dança, é fundamental para a formação humana, a possibilidade de construção de saberes pelas mais diferentes vias de produção de conhecimento. E a arte é uma delas. Se considerarmos também que a presença da dança na escola rompe com um histórico de negação do corpo na educação formal, contabilizamos outra conquista” explicita Cláudia Pires, coordenadora pedagógica do projeto. 


Com duração de um ano, o Dançando na Escola dá partida a uma relevante discussão sobre a inclusão do ensino da dança na formação escolar e sua importância para o desenvolvimento de cidadãos mais críticos e participativos. “De fato o brasileiro é um povo que dança. Temos diversas manifestações populares em todo o país que confirmam isso. Mas o que a escola pode contribuir para essa dança ser diferente?”, questiona Isabel Marques, diretora do Instituto Caleidos de Ensino, de São Paulo. Isabel foi redatora dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que, em 1997, incluíam pela primeira vez no país a dança como disciplina. “A escola tem a preocupação de trabalhar a dança como arte e não só como lazer. claro que ela tem que ser prazerosa, mas ela é conhecimento de si, da relação do corpo consigo e com os outros”, pontua a coreógrafa, que descarta apenas a importância funcional desta ação. “Não é porque o aluno começou a dançar que sua caligrafia irá melhorar ou ele vai deixar de usar drogas, mas isso pode e tende a acontecer. A arte contribui para a formação do cidadão. Não podemos enxergá-la como um meio de solução dos problemas sociais, mas como possibilidade de enxergar o mundo de outra forma”, explica Isabel, que foi também orientadora do Dançando na Escola. 


Números 

Dos 180 profissionais que se candidataram às vagas em setembro de 2008, 26 foram selecionados para atuar neste primeiro momento. Eles foram capacitados a partir de uma metodologia que despertasse o interesse pessoal e a curiosidade de cada aluno. É assim que Valéria Pinheiro espera trabalhar com as suas quatro turmas. “A princípio vou conhecer as crianças. Quero trabalhar, por pelo menos uns três meses, com a dança criativa, mostrando danças tradicionais, como o coco, o cabaçal, o maracatu, o frevo. Neste primeiro momento quero introduzir a dança através da brincadeira, para assim poder direcionar uma técnica específica, mas trabalhando sempre com o corpo brincante”, adianta a coreógrafa da Cia Vatá. 


Como trabalhar com essa criançada que está em contato direto com as danças expostas na mídia? Como atraí-las, como despertar o interesse por uma dança cênica? “Não dá mais para brincar de ‘atirei o pau no gato’. Quero que essas crianças questionem o que será trabalhado. Não quero ser a única professora, quero e vou dialogar com elas. Quero contribuir para que elas entendam que a dança é pessoal, que nasce a partir de cada um deles”, responde Valéria. Para Magda Santos, diretora da Escola Padrão Luxou, é grande a ansiedade para o início das aulas. “O retorno dos alunos superou todas as nossas expectativas. A gente sabia que a procura seria grande, mas não imaginava que seria tanta. Esses meninos só precisam ser estimulados”. 



EMAIS 


- As aulas ocorrerão no contra-turno das crianças. Na Escola Padrão Luxou, visitada pela reportagem, já havia uma lista de espera de pelo menos 35 crianças. Ainda há vagas em poucas escolas. 


- Para participar do programa o aluno deve estar matriculado e frequentando a escola regularmente. E para se inscrever é preciso procurar a secretaria de uma das escolas participantes. 

Em seu formato inicial, o Programa oferece quatro turmas por escola com aulas que têm duração de uma hora, numa frequência de duas vezes por semana. 


- Confira a lista das escolas participantes: 

Emeif Professora. Josefina Parente de Araújo, Emeif Ernesto Gurgel, Emeif Ismael Por Deus, CIES Maria de Lourdes, Emeif José Batista de Oliveira, Emeif Raimundo Moreira Sena, Emeif Dois de Dezembro, Emeif Odilon Braveza, Emeif Mozart Pinto, Emeif Professor José Rebouças Macambira, Escola Padrão Luxou, Emeif Godofredo de Castro Filho, Emeif Hilberto Silva, Emeif Reitor Antônio Martins Filho, Emeif Gabriel Cavalcante, Emeif Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Emeif João Paulo Segundo, Emeif Demócrito Rocha, Escola Figueiras Lima, Escola Nossa Senhora de Fátima e Escola Aldaci Barbosa. 



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