Cachuera!
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DANÇA POPULAR: ESPETÁCULO E DEVOÇÃO
De Marianna Monteiro
Prefácio de Walnice Nogueira Galvão
“A iluminação que resulta desta leitura é um prêmio para aqueles que se regozijam no desafio ao estabelecido e no pensamento inovador.”
Walnice Nogueira Galvão, no prefácio
Dança popular: espetáculo e devoção traz uma importante reflexão sobre o lugar das danças populares na sociedade brasileira. A partir de diversos referenciais históricos, Marianna Monteiro investiga os processos formativos das danças populares do país e propõe um novo olhar, tanto no que diz respeito às suas características, como às relações entre cultura erudita e popular.
Sua pesquisa procura compreender o universo da dança sem ater-se ao cânone europeu da dança teatral, que se adapta mal às danças populares brasileiras. Ao voltar-se para a dança na América portuguesa, nos séculos XVII e XVIII, revela que modelos europeus mais antigos estão na base das danças populares atuais.
Longe de uma abordagem etnográfica clássica, a autora compila dados históricos e antropológicos sobre dois grandes conjuntos de manifestações populares: os congos e os bois-bumbás, interpretando-os no interior dos processos ideológicos que acompanharam a constituição e o fortalecimento do Estado moderno português.
As expressões cênicas populares deixam de ser vistas como resquícios de fenômenos primitivos ou arcaicos e passam a ser percebidas a partir do contexto urbano setecentista, em que se destacam os intervaleiros cômicos das touradas, papéis desempenhados por atores negros, que são aqui confrontados com os palhaços negros das danças dramáticas brasileiras atuais. Além dos cortejos, que representam as irmandades negras nas procissões setecentistas, entendidos como os antecessores dos congos atuais.
Sobre a autora
Marianna Monteiro é professora do curso de Licenciatura em Artes Cênicas do Instituto de Artes da Unesp e pesquisadora do Núcleo de Antropologia da Performance e do Drama-Napedra. Em sua formação teatral teve experiências com Eugenio Barba, do Odin Teatret (Dinamarca); Kurt Bildstein e George Froscher, do Freies Theater München (Alemanha); e, ainda, com Klaus Vianna, Maria Duschenes e Renée Gumiel (Brasil). Como atriz, trabalhou com José Celso Martinez Corrêa, Denise Stoklos e Iacov Hillel. Encenou Play e Quad, de Samuel Beckett, e fez assistência de direção na montagem de Katastrophé, com textos deste autor.
A partir da década de 1980 dedicou-se à pesquisa em dança. Em 1998 recebeu o prêmio APCA de melhor pesquisa em dança por Noverre: cartas sobre a dança, natureza e artifício no balé de ação, pesquisa sobre a reforma da dança no século XVIII na França, publicada em 2002 pela Edusp.
Atualmente, é também integrante da Associação Cultural Cachuera!, para a qual produz material documental em vídeo sobre dança popular. Interessada nas conexões entre as danças barrocas e renascentistas europeias e as danças populares brasileiras, realiza viagens de pesquisa e documentação em várias localidades do Brasil e de Portugal. É autora de dois vídeo-documentários: Lambe Sujo, uma ópera do quilombo e Balé de pé no chão, a dança afro de Mercedes Baptista. Pesquisadora, professora, atriz, interessa-se pela interação entre ritual, performance e teatro.
De Marianna Monteiro
Prefácio de Walnice Nogueira Galvão
“A iluminação que resulta desta leitura é um prêmio para aqueles que se regozijam no desafio ao estabelecido e no pensamento inovador.”
Walnice Nogueira Galvão, no prefácio
Dança popular: espetáculo e devoção traz uma importante reflexão sobre o lugar das danças populares na sociedade brasileira. A partir de diversos referenciais históricos, Marianna Monteiro investiga os processos formativos das danças populares do país e propõe um novo olhar, tanto no que diz respeito às suas características, como às relações entre cultura erudita e popular.
Sua pesquisa procura compreender o universo da dança sem ater-se ao cânone europeu da dança teatral, que se adapta mal às danças populares brasileiras. Ao voltar-se para a dança na América portuguesa, nos séculos XVII e XVIII, revela que modelos europeus mais antigos estão na base das danças populares atuais.
Longe de uma abordagem etnográfica clássica, a autora compila dados históricos e antropológicos sobre dois grandes conjuntos de manifestações populares: os congos e os bois-bumbás, interpretando-os no interior dos processos ideológicos que acompanharam a constituição e o fortalecimento do Estado moderno português.
As expressões cênicas populares deixam de ser vistas como resquícios de fenômenos primitivos ou arcaicos e passam a ser percebidas a partir do contexto urbano setecentista, em que se destacam os intervaleiros cômicos das touradas, papéis desempenhados por atores negros, que são aqui confrontados com os palhaços negros das danças dramáticas brasileiras atuais. Além dos cortejos, que representam as irmandades negras nas procissões setecentistas, entendidos como os antecessores dos congos atuais.
Sobre a autora
Marianna Monteiro é professora do curso de Licenciatura em Artes Cênicas do Instituto de Artes da Unesp e pesquisadora do Núcleo de Antropologia da Performance e do Drama-Napedra. Em sua formação teatral teve experiências com Eugenio Barba, do Odin Teatret (Dinamarca); Kurt Bildstein e George Froscher, do Freies Theater München (Alemanha); e, ainda, com Klaus Vianna, Maria Duschenes e Renée Gumiel (Brasil). Como atriz, trabalhou com José Celso Martinez Corrêa, Denise Stoklos e Iacov Hillel. Encenou Play e Quad, de Samuel Beckett, e fez assistência de direção na montagem de Katastrophé, com textos deste autor.
A partir da década de 1980 dedicou-se à pesquisa em dança. Em 1998 recebeu o prêmio APCA de melhor pesquisa em dança por Noverre: cartas sobre a dança, natureza e artifício no balé de ação, pesquisa sobre a reforma da dança no século XVIII na França, publicada em 2002 pela Edusp.
Atualmente, é também integrante da Associação Cultural Cachuera!, para a qual produz material documental em vídeo sobre dança popular. Interessada nas conexões entre as danças barrocas e renascentistas europeias e as danças populares brasileiras, realiza viagens de pesquisa e documentação em várias localidades do Brasil e de Portugal. É autora de dois vídeo-documentários: Lambe Sujo, uma ópera do quilombo e Balé de pé no chão, a dança afro de Mercedes Baptista. Pesquisadora, professora, atriz, interessa-se pela interação entre ritual, performance e teatro.