terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Balé da Cidade de São Paulo - estréia "O LAGO DOS CISNES?" - de Sandro Borelli


bale da cidade        
baledacidade@uol.com.br     
escreveu  




clique sobre
a imagem
para amplia-la


  saiba mais



BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO e
ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO em
O LAGO DOS CISNES?



Dias 12, 13 e 15 de dezembro, às 21h; dia 14, às 17h

Direção musical e regência: JAMIL MALUF
Cenários e visagismo: JEAN-PIERRE TORTIL
Figurinos: MARCELO PIES
Desenho de luz: ANDRÉ PRADO
Música eletrônica: GUSTAVO DOMINGUES

Ingressos: R$ 15, 12 e R$ 10
(preços populares no dia 15: R$ 10, R$ 8 e R$ 5).
À venda na bilheteria do teatro - tel. (011) 3397-0327 ou Ticketmaster (011 2846-6000)
ou pelo site
www.ticketmaster.com.br

“O LAGO DOS CISNES?” encerra as comemorações dos 40 anos da companhia; espetáculo tem a participação da Orquestra Experimental de Repertório, sob regência do maestro Jamil Maluf

Para encerrar a temporada de 2008, que marca as comemorações de seus 40 anos, o Balé da Cidade de São Paulo interpreta, entre 12 a 15 de dezembro, um trabalho inédito: O Lago dos Cisnes?, do badalado coreógrafo brasileiro Sandro Borelli. A obra é uma releitura contemporânea do famoso balé clássico com música do compositor russo Piotr Ilyich Tchaikovsky.
Durante as apresentações no Teatro Municipal de São Paulo, a música de Tchaikovsky será interpretada ao vivo pela Orquestra Experimental de Repertório. O espetáculo terá regência e direção musical do maestro Jamil Maluf, diretor artístico do Municipal.
Segundo Mônica Mion, diretora artística do Balé da Cidade, a idéia de criar uma versão contemporânea para O Lago dos Cisnes surgiu há cerca de dois anos, quando o grupo trabalhava com Borelli na remontagem de um espetáculo. “Amadurecemos o projeto e percebemos que seria uma bela e emblemática forma de encerrar as comemorações dos 40 anos da companhia”, conta Mônica.

Vale lembrar que o Lago dos Cisnes já foi fonte de inspiração para Borelli, um dos mais criativos e provocadores artistas de sua geração na área da dança. Em Lac, que o Balé da Cidade incorporou ao seu repertório em 2001, Borelli punha em cena dois animais em um ritual de acasalamento, que terminava com o sacrifício de um deles; tudo ao som da música delicada e sugestiva de Tchaikovsky.
Mônica Mion revela que, agora, o coreógrafo propõe um rompimento total com esse ícone da história da dança que é o Lago original. “Borelli desenvolve um trabalho autoral e contemporâneo, que interessa à companhia desenvolver e que, por si só, representa um grande desafio para os bailarinos”. O ato de enfrentar esse desafio, segundo a diretora artística, reflete o vigor e a modernidade que caracterizam o Balé da Cidade de São Paulo aos 40 anos.

Estarão em cena todos os integrantes do Balé da Cidade – 27 bailarinos da Cia. 1 e cinco da Cia. 2, grupo criado em 1999 e dedicado à pesquisa na área da dança. “Queríamos que todos participassem para confirmar a companhia como grupo coeso e criativo, e também para marcar a celebração”, explica Mônica Mion.

Na criação do espetáculo, Borelli conta com a parceria de importantes artistas da atualidade: Jean-Pierre Tortil assina o cenário e Marcelo Pies, o figurino; a luz é de André Prado, enquanto o instrumentista e compositor Gustavo Domingues é o responsável pelas inserções de música eletrônica existentes no trabalho.


A coreografia

A partir de uma pesquisa a respeito do mito alemão popularizado pelo balé clássico O Lago dos Cisnes, e também de uma análise profunda da partitura composta por Tchaikovsky para acompanhá-lo, Sandro Borelli deu início ao seu trabalho com o Balé da Cidade. Durante cerca de três meses de oficinas e ensaios, o coreógrafo criou uma dramaturgia para o novo espetáculo.

Segundo ele, a companhia de dança aparece sobre o palco como uma colônia de seres vivos em constante mutação. “Os bailarinos são como colônias de seres microscópicos que habitam a lágrima. Lágrima que é proveniente da dor, uma visão microscópica do universo e do sentimento humano”, afirma o coreógrafo.

Em boa parte do espetáculo, os 32 bailarinos estão em cena, ora reproduzindo os mesmos gestos, ora dividindo-se em grupos, subdividindo-se em voltando a formar um todo. Desse todo, destacam-se duos, quartetos e outras formações. “São ramificações daquela colônia que, após aquele momento de vida, integram-se a ela”.

Os passos dos bailarinos acontecem ao som da música de Tchaikovsky. Inserções de música eletrônica, criadas pelo compositor Gustavo Domingues, acompanham toda a narrativa.

O cenógrafo e visagista Jean-Pierre Tortil criou um cenário de fundo infinito, utilizando a profundidade do palco do Municipal, para acomodar as evoluções sinuosas e circulares da colônia de seres retratada por Borelli. Já os figurinos de Marcelo Pies utilizam texturas e cores diferenciadas para individualizar cada bailarino. A luz de André Prado ajuda a criar o clima contemporâneo do espetáculo.


Balé da Cidade de São Paulo

O Balé da Cidade de São Paulo é a companhia de dança oficial de uma das maiores metrópoles do mundo e – como a Cidade – possui forte personalidade cosmopolita. Fundada como companhia de dança clássica em 07 de fevereiro de 1968 pelo Prefeito Faria Lima, com o nome de Corpo de Baile Municipal, tinha como proposta acompanhar as óperas do Teatro Municipal e se apresentar com as obras do repertório clássico. Seu diretor era Johnny Franklin, e a primeira apresentação pública da companhia foi em 12 de setembro de 1968 para acompanhar a ópera, e em 06 de abril de 1969 fez sua primeira apresentação como Corpo de Baile. Em 1974, sob a direção de Antonio Carlos Cardoso, Iracity, Cardoso e Marilena Ansaldi, a companhia assumiu o perfil de dança contemporânea que mantém até hoje. Apresentando coreógrafos como Vitor Navarro, Oscar Araiz, Luis Arrieta e o próprio Antônio Carlos, o Balé da Cidade era uma presença destacada no cenário da dança sul-americana. Peças memoráveis como Vivaldi, Aquarela do Brasil, Cenas de Família e Presenças tiveram enorme sucesso de público e crítica especializada. Nos anos 80, o experimentalismo marcou a trajetória da companhia. Liderados por Klauss Vianna, os bailarinos eram encorajados a contribuir com suas próprias idéias coreográficas que resultaram em trabalhos marcantes como A Dama das Camélias, de José Possi Neto; Bolero, de Lia Robatto; e Valsa para Vinte Veias, de J.C. Violla. Ainda no final desta década, Luis Arrieta dirige a companhia pela segunda vez e imprime perfil personalíssimo ao único período em que o grupo teve um coreógrafo residente. A bem sucedida carreira internacional do Balé da Cidade teve início com sua participação na Bienal de Dança de Lion, França, em 1996. Desde então suas turnês européias tem sido aclamadas tanto pela crítica especializada quanto pelo público que tem lotado as platéias de todos os grandes teatros onde a Companhia tem se apresentado. Em 1999, o Balé da Cidade destacou de seu elenco alguns bailarinos, os mais experientes e de consolidada carreira, para compor um grupo que busca a vanguarda dentro das tendências da dança contemporânea, abordando linguagens coreográficas através de conceitos e métodos diferenciados. Esse grupo chamado Companhia 2 abriu novos horizontes para a dança brasileira e para a própria companhia, seu trabalho foi reconhecido pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte de São Paulo), que lhe conferiu 3 prêmios nos anos de 2005 e 2006. Desde 2001 o Balé da Cidade desenvolve trabalhos paralelos, gratuitos e abertos ao público em geral, como: oficinas, cursos, debates, encontros com personalidades, ações sociais, intercâmbio com universidades, mostras de coreografia, fotografia, vídeo, dinamizando seu espaço e partilhando seu patrimônio pessoal e cultural com a população da cidade. Hoje, o Balé da Cidade possui em seu repertório obras dos mais conceituados coreógrafos da atualidade: Ohad Naharin, Vasco Wellenkamp, Gagik Ismailian, Germaine Acogny, Mauro Bigonzetti, Angelin Preljocaj, Rodrigo Pederneiras, Henrique Rodovalho, Deborah Colker, Jorge Garcia, Luis Arrieta, Sandro Borelli, Mário Nascimento, Luis Fernando Bongiovanni, Maurício de Oliveira e muitos outros. Recebeu mais de 50 prêmios que endossam sua grande trajetória. A longevidade do Balé da Cidade de São Paulo e o interesse dos principais coreógrafos brasileiros e estrangeiros em criar para a companhia oficial de dança da cidade de São Paulo mostram seu prestígio no mundo da dança, com o incondicional apoio da direção do Teatro Municipal de São Paulo e da Secretaria de Cultura da cidade.


Sandro Borelli

Criador, diretor artístico e intérprete da Borelli Cia. de Dança, tem apresentado suas criações em alguns dos principais festivais de dança e de teatro no Brasil e exterior: Alemanha, EUA, México, Venezuela, Peru, Argentina, Escócia, Espanha, França e Suíça. De 1995 a 1997, dirigiu a Cia, de Dança de Diadema, para a qual criou o espetáculo Pierrot de Veias. Pela Fundação Vitae de Artes fez residência artística no ADF na Carolina do Norte, EUA, em 1996. Em 2001, recebeu o Prêmio Bolsa VITAE de Artes para a pesquisa e criação da Insanidade gerando o espetáculo Jardim de Tântalo. No ano de 2002, junto com o Grupo FAR-15, recebeu o Prêmio Em Cena Brasil (Funarte) pela montagem de A Metamorfose - baseado na obra de Franz Kafka. Criou para o Balé da Cidade de São Paulo Inside (1996), Lac e Concepção Vesânica (2001). Criou para a Cia. Distrito de Ribeirão Preto Versos Íntimos em 2002. Recebeu o Prêmio Estímulo em Dança “Braços e Pernas pela Cidade”, concedido pela Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo, em 2003, pelo espetáculo O Abutre, baseado no conto de Franz Kafka. Em 2004, foi contemplado para a Caravana Sul/Sudeste da Funarte e criou para o Balé da Cidade de São Paulo a coreografia Ponto Final da Última Cena. Em 2005, criou Adeus deus também para o Balé da Cidade. Também em 2005, foi contemplado com o Prêmio Estímulo de Dança da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo para a criação do espetáculo Carta ao Pai, inspirado na obra homônima de Franz Kafka. Em 2006 e 2007 foi contemplado pelo PAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria Estadual de Cultura para a criação dos espetáculos Carne Santa e O Artista da Fome. Outros prêmios recebidos pelo artista: APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) – 1992, 1994, 1996, 1999, 2000. Melhor espetáculo de teatro físico com DEADLY – Total Teatre Award/Public’s Choice, na Escócia, em 1999. Melhor espetáculo com Adeus deus – 2º Prêmio BRAVO Prime de Cultura em 2006/2007.


Jamil Maluf

Natural de Piracicaba, Jamil Maluf estudou em São Paulo e completou sua formação musical na Alemanha, com os professores Francis Travis e Cláudio Santoro (Regência Orquestral), e Klaus Huber (Composição). Sob a orientação do maestro Martin Stephani graduou-se em Regência Orquestral na Escola Superior de Música de Detmold. Durante sua permanência de seis anos na Europa regeu diversas orquestras e participou dos Seminários para Regentes com o maestro Sergiu Celibidache. No Brasil foi regente titular da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí, da Orquestra Sinfônica Jovem Municipal e da Sinfônica do Paraná. Em 1990 criou a Orquestra Experimental de Repertório, da qual é diretor artístico e regente titular. Foi regente e professor da orquestra do Festival de Inverno de Campos do Jordão em 1981 e 2003. Por quatro vezes (1980, 1986, 2000 e 2003) recebeu o prêmio de Melhor Regente de Orquestra, outorgado pela APCA, bem como, em 1985, pela Ordem dos Músicos do Brasil. Em 1996 foi o vencedor do importante Prêmio Carlos Gomes, na categoria de Regente de Ópera e, em 1997, recebeu o Prêmio Maestro Eleazar de Carvalho, como Personalidade Musical do Ano, ambos concedidos pelo Governo do Estado de São Paulo. Como compositor de trilhas sonoras para teatro recebeu em 1999 o prêmio Apetesp pela peça Espias; em 2000, o APCA pela peça Imago; e em 2002, o Prêmio Panamco pela peça A Mão. Idealizador de projetos inovadores como o programa Palheta (Cultura FM), Primeiro Movimento (TV Cultura), as séries Outros Sons, Ópera Estúdio e Cinema em Concerto, o maestro Jamil Maluf vem dirigindo inúmeros concertos, óperas e balés, em que sua marca de qualidade e poder de comunicação cultural são uma constante. Em fevereiro de 2005, Jamil Maluf assumiu a direção artística do Theatro Municipal de São Paulo.