quinta-feira, 29 de maio de 2008

Espetáculo O ILHA traz fusão entre dança e artes plásticas


Ricardo Barretto
escreveu


Espetáculo O ILHA traz fusão entre dança e artes plásticas

 

A obra do artista plástico José Leonilson (1957-1994) é o ponto de partida para o espetáculo de dança contemporânea O ILHA. O título é emprestado de um bordado sobre tela feito por Leonilson em 1990. A delicadeza e fragilidade das peças bordadas pelo artista se fazem presentes no cenário e na cena. E o caráter de ambigüidade e de questionamento da identidade se instaura de maneira inusitada nos corpos fundidos a mesas. As fusões têm como inspiração obras como O Inconformado (s/data) e fazem parte da pesquisa realizada pelo diretor Marcos Sobrinho nos últimos anos.

 

O ILHA traz perguntas como: Qual a importância da vida e da morte em nossa cultura cada vez mais virtualizada? Por que estamos perdendo nossa identidade e nos tornando homens-objeto? Para fazer esse questionamento em cena, são elaboradas imagens coreográficas com o objetivo de revelar corpos, isolados como ilhas, que expressam uma dança como esculturas em movimento; que expressam, a cada pequena paisagem cênica, significações sobre a falta de sentido da vida para a sociedade de nosso tempo.

 

É para construir corpos-poema que são trazidas linguagens artísticas diferentes ao palco, não só da obra de Leonilson - que oferece por exemplo a imagem de mesas frágeis em “Dedicate” (1989) – como no texto de Hilda Hilst que faz parte da trilha sonora de cantos e instrumentos melódicos entrecortados por ruídos difusos, ou a imagem das figuras humanas de Giacometti, que quase esvanecem de tão alongadas, e inspiram alguns momentos da coreografia de O ILHA. A própria fronteira entre as linguagens é revelada frágil, tornando-se difícil classificar a cena no palco como dança, instalação, teatro ...

 

Tanto neste como nos trabalhos anteriores de Marcos Sobrinho, a dramaturgia se fundamenta na relação entre corpo e espaço, entre o que é visto e o que se pensa que é visto, entre o real e o irreal. O objetivo é criar imagens que revelam um corpo construído e reconstruído, colado, feito de vários corpos/memórias. Corpos/Ilhas que se organizam para formar um só corpo, um só olhar.

 

Além da temporada de estréia de O ILHA, o público poderá conferir reapresentações de EL PUERTO, trabalho anterior que dá início à pesquisa inspirada na obra de Leonilson e que tem o título homônimo ao da obra criada pelo artista plástico em 1992.

 

(Release completo em anexo. Fotos para imprensa em oilha.cauxi.cx)

 

O Ilha

Marcos Sobrinho - Núcleo de Dança e Performance

5, 6, 7 e 8 de junho - Qui, Sex e Sab (20h), Dom (19h)

Galeria Olido  - Av. São João, 473 – (11) 3397-0171

Gratuito

60 min.

 

R i c a r d o   B a r r e t t o
Cauxi - comunicação para projetos
e organizações da sociedade civil
ricardo@cauxi.com.br
11-3801-3033 / 9225-2385


Nenhum comentário: